sábado, 15 de novembro de 2025

Sou homem de pouca fé,




Sou homem de pouca fé,
Até solidário sou com as bestas
Do sagrado pontifício romano,
Assim como do café que tomo

Ou do que como, caso o’spinafre
Seja tenro ou o nabo viçoso e roliço,
Rebento de soja declino, hóstia mal parida …
Não tenho saúde de ferro,

Nem sou monge de santuário, servo
D’sacristia, sacrifico tudo por nada,
Encaro o mundo de forma rara,
Embora curioso, com sabor a nojo

Numa espécie de satanismo
Muito minha, pouco clara a fantasia,
Não sou moderador de almas,
Sou moldado a tudo quanto mais dói,

Ácidos nas veias, solidão negra, vermelho,
Rebelião d’cela sendo únic’o preso, inquilino
Da solitária, embora todas as células
Me gritem monótonas, monocórdias

Desnecessárias, suplico a paz do enxofre
Comigo mesmo e com os anjos negros
Do inferno, escuros os vultos, as trevas.
Partilhamos juntos a infelicidade comum,

A arte do desdém, o ódio franco, terreno
A tudo que seja ingénuo e terno, a inveja,
Tendo en’mim tudo o que é terrível
E humano assim como d’outro plano

O talento supremo, o horror canino e
Messiânico, o Nostradamus Gótico
Animalesca a Gárgula e a origem
De todos os lunares Mitos.

Joel Matos 15 0utubro de 20/25

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com

1 comentário:

namastibet disse...

Muito obrigado fico grato por me lerem

Parece que me dividi

Parece que me dividi Entre presente e passado, Como quase sempre Me acontece com o que Não é real, com o que Não é meu, nem minha é Esta vid...