Meu, sou eu
Sou tudo o que a vida não é,
Certo que viver seja o que é
Pra outro que nem vida tem
Nem que comigo se cruza,
Dia a dia,
Que vida não tenho, a não
Ser que me pousem na mão
Vidas soltas que minhas
Nem tanto, assim com’agora,
Parecendo
Que me disfarço de gente,
Pra mostrar o que não tenho,
Que é vida própria, e viver
Não sei, da forma dum outro,
Que me ignora,
Que por mim passa sem m’ler,
Me ouvir, me ver tampouco,
Cientes de estar vivos, estando
Mortos pra vida, seja o que for,
Seja o que seja,
Estar morto, estando eu vivo
Mas só no mundo, assim
Como num sótão isolado,
Recluso forçado a’ssim ser,
Assim permanecer,
Sendo tud’o que vida não é,
Inclusive a memória do que
Tive, do que fui e do que sou,
Não é certa ou sequer minha,
Mas o engano, esse sim
É meu, sou eu …
Joel Matos 23 Novembro 20/25
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1 comentário:
Obrigado mesmo, pela leitura e já agora não se sintam envergonhados, digam apenas que por cá passaram, (eu passarinho :))
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