Adiado “sine die”, eu
Não distingo noite e dia,
Corpos e esculturas, as copas
Nem as campas das flores, nem
As cores, terra rio ou pontes,
Não distingo colinas, fontes,
Casas, sebes, horizontes,
Eram erradas as lentes
Ou é da luz do poente,
Não distingo as cores,
De resto é apenas verde
Sombra, simulação ou
Vazio, imitação do divino,
Se é que ele ainda existe,
Maldição a branco-preto,
Cinzento, dia e noite
Escuro e claro indigno,
Índigo dia sim, dia não,
Parda noite afora, afogo-
-Me em ruínas, nas runas
Que os profetas conjuram
E os poetas agoiram a pés
Juntos, (estes adoram jurar
Em falso, fazendo figas,
Usando vesgos feitiços)
Não distingo dia e noite,
Fome de vontade e indecisão,
Arte/ofício, opinião e dúvida,
Modéstia é o que me falta,
Não a tenho a não ser por
Engano ou não distinguir
O bem e o bom do menos mau
Que faço, adiado eu “sine die”.
Joel Matos 19 Novembro 20/25
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1 comentário:
Muito obrigado fico grato por me lerem
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