Nunca fiz senão sonhar
Nunca fiz senão sonhar eu
Sonhos outros sendo meus,
Que não confio se os sinto
De verdade, ou se serão
Sonhos doutros imaginados
“Eus”, tão fundos e profundos
Quanto meu instinto escombro,
Que longo no longe s’perdeu,
Lembro agora, sinto o hálito,
Coabito um sonho não meu
Em que nem Rei ou Rainha
Sou, nem quem me lembra,
Ouviu falar a mim, o que disse,
Já que não é meu o que digo,
Nem soa ao que sou, sendo
O que não sou, sou-o tod’o tempo,
Nunca fiz senão sonhar eu,
Vivo a sonhar tod’o momento,
Sonhos que não tenho d’verdade,
Realidades, intenções, intentos
Falsos e de farsa, que invento,
Que me calçam e se fundem
À minha imagem, fumaça falsa,
Enchumaço, capa e contracapa,
Palhaço …
Joel Matos 17 outubro de 20/25
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1 comentário:
Muito obrigado fico grato por me lerem
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