sábado, 15 de novembro de 2025

Nunca fiz senão sonhar





 Nunca fiz senão sonhar

Nunca fiz senão sonhar eu
Sonhos outros sendo meus,
Que não confio se os sinto
De verdade, ou se serão

Sonhos doutros imaginados
“Eus”, tão fundos e profundos
Quanto meu instinto escombro,
Que longo no longe s’perdeu,

Lembro agora, sinto o hálito,
Coabito um sonho não meu
Em que nem Rei ou Rainha
Sou, nem quem me lembra,

Ouviu falar a mim, o que disse,
Já que não é meu o que digo,
Nem soa ao que sou, sendo
O que não sou, sou-o tod’o tempo,

Nunca fiz senão sonhar eu,
Vivo a sonhar tod’o momento,
Sonhos que não tenho d’verdade,
Realidades, intenções, intentos

Falsos e de farsa, que invento,
Que me calçam e se fundem
À minha imagem, fumaça falsa,
Enchumaço, capa e contracapa,

Palhaço …

Joel Matos 17 outubro de 20/25

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1 comentário:

namastibet disse...

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