segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Meu, sou eu

 



Meu, sou eu

Sou tudo o que a vida não é,
Certo que viver seja o que é
Pra outro que nem vida tem
Nem que comigo se cruza,

Dia a dia,

Que vida não tenho, a não
Ser que me pousem na mão
Vidas soltas que minhas
Nem tanto, assim com’agora,

Parecendo

Que me disfarço de gente,
Pra mostrar o que não tenho,
Que é vida própria, e viver
Não sei, da forma dum outro,

Que me ignora,

Que por mim passa sem m’ler,
Me ouvir, me ver tampouco,
Cientes de estar vivos, estando
Mortos pra vida, seja o que for,

Seja o que seja,

Estar morto, estando eu vivo
Mas só no mundo, assim
Como num sótão isolado,
Recluso forçado a’ssim ser,

Assim permanecer,

Sendo tud’o que vida não é,
Inclusive a memória do que
Tive, do que fui e do que sou,
Não é certa ou sequer minha,

Mas o engano, esse sim
É meu, sou eu …

Joel Matos 23 Novembro 20/25

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1 comentário:

namastibet disse...

Obrigado mesmo, pela leitura e já agora não se sintam envergonhados, digam apenas que por cá passaram, (eu passarinho :))

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