sábado, 15 de novembro de 2025

Salvo erro

 



Salvo erro

Quantos Césares fui nem sei,
Salvo erro mais de cem,
Sonhei-me dono dum Império
E esse ruiu também, furriel

Taberneiro, nos dois ramos
Sempre de baixa magistratura,
Nada que se compare á claro
A monarca do “Reino da Fala”,

Se a memória não me falha,
Estandarte azul particular,
Peculiar o meu caso por rever,
Desamor ao próximo, falo alto,

Vejo o mundo com olhos
De barata gigante, estranha
Ciência, existir que m’esmaga
Sinto a realidade um sonho,

Ou a imaginação cortada
À faca, “half awake half gone”
E até esta me deixou, foi-se
Salvo erro Irlanda,

Onde a dor é bem mais antiga.
Quantos Césares fui nem sei,
Ainda outro dia os contei,
Eram ou foram mais de cem,

Não sei se me alegre,
Ou se me entristeço,
Digo a mim próprio que minto
E essa mentira fica a sós comigo,

No mesmo labirinto, com a mesma
Raiz, o mesmo barro,
Nem por isso menos claro nem
Mais raro, tudo quanto digo

Me diz quem, o que fui desenterrar,
Ironia – como já disse, não leio,
Ouço sem ver, vejo sem ouvir,
Isto salvo erro, sou eu a pensar,

De mim pra mim, comigo.

Joel Matos 25 Outubro 20/25

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1 comentário:

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