Sei o que um demente melhor fazer sabe
No papel homónimo do subúrbio meu,
Periodicamente ausento-me, sem saber;
O que pode nem ser totalmente mau.
Sei de um hiato enorme, convenço-me
Que é escrita, essa linguagem complexa,
Entre a veleidade e o não sei quê, que me consome,
Como um ar doentio que me atravessa.
Convenço-me de que tudo faço sem estar presente,
…Apenas contemplo de longe
E parece fazer sentido, embora triste
Na alquimia que se revela e emerge,
Não na emoção, mas no meu espirito intranquilo.
Sei também de um secreto presságio,
A que não sou alheio, mas dele nem falo,
Só eu sei o medo que tenho de não ser levado a sério,
Pois o que um demente melhor sabe fazer de ruim,
É mentir e ser coroado Rei frente ao cenário de um império
Terminado ou na beira do fim.
Joel Matos (11/2012)
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