quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Eu erro o ar que meto...







Eu erro o ar que meto plo osso do nariz,
O mero deitar-me com o que fiz 
E levantar-me com o "se nada
Fosse", como se tivesse eu perdido

Todos os fios das madrugadas, o frio ar
Que não respiro nem lembro se,
E começo de resto zero outra vez,
Sou feliz pouco por isso, não lembro

O que perco e porque morro da fala
Todos os dias um pouco, fosse
Por medo de errar o que da sorte
Se diz e o esquecimento que me

Cobrirá, do que a terra molde
Em acerto e normalidade
Eu erraria o ar que respiro menos, forço
O fazer falsa parte daqueles

Que vêm simples, os símbolos de ver
Dos olhos cansados da Terra
E o que nela ocupam na largura,
Do peito ao dorso, esse não tão oco

Como meu, que o ouço não respirar,
Eu erro o ar que meto plo osso do nariz,
No meio da boca torta,(um pouco)..







Jorge Santos (01/2017)














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Coração de ninguém ...








Coração de ninguém,
Mas ainda assim de
Alguém que no lugar
O tem, sem saber que tem 

Um que é meu e pró que serve,
Talvez tenha eu um outro seu, 
E pense não ter nenhum, 
Embora não saiba o que é ter

O coração d'outrem dentro d'mim
Que não é do meu corpo, se o
Mesmo não sinto como
Meu, até na dor que

Outros têm e não eu,
No coração que não 
É meu, é do mundo inteiro
Coração que a todos 

Dei, todavia nem eu
Sei sentir como todos
Os outros que pensei
Nem coração terem,

Por isso dei o meu todo,
Ou quase todo, sem ter 
De volta outro ou outros mais
Doridos que esses, doutros

Que não possuo mais
No peito meu, tão morto, 
Tão curto, estreito e gasto...











Joel Matos (01/2017)






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Havidos sonhos meus ...




A mãe da terra e dos céus
É a polpa das estrelas vivas, 
Culpa minha ser infeliz,
Que me fiz dos astros sóis,

E o meu pensar rasteiro
E o futuro preto como breu,
Acabados sóis negros,
Meus nervos e vísceras,

Viúvas negras do espaço,
Frias como meus passos
São, culpa minha sim, ser
Filho das estrelas activas

E eu não e eu não e eu 
Não. A mãe de todas as terras,
È o não fazer noite no coração
Das estrelas que cintilam,

No meu quarto, do tecto falso
Quando olho com escuros olhos,
Os havidos-sonhos meus ...




Joel Matos (01/2017)
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Cuido que...







Cuido que,

Cuido que sou das lágrimas amo,
Quando estas de mim são donas,
Meu coração de pedra-pomes,
Salvo o rins que pinto de tinta,

Quando bebo uns goles d'absinto,
Pra não lembrar de que pedras,
Sou feito e se me sinto invicto,
Quando bêbado dum litro mas en'pé,

E glorioso que nem Baudelaire
Depois d'almoço num "Tavares-Rico"
De pedra-gume e granito...



Joel Matos (01/2017)
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Orgia de terras estranhas ...







Orgia de estranhas terras,

Enfrento uma orgia
De terras estranhas
De pedras e lama,
Em frente nada há

Do que havia, escombros
-Com o vento mudou
Tudo o que acreditava
Como sendo Deus a Palavra,

Enfrento uma orgia 
De terras que não crescem
Flores nem frutos,
Que não me reconhecem,

Mais o que construí justo,
Rente a um muro imberbe,
Onde albergo e meu albergue
Em chamas ...




Joel Matos (01/2017)
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Reis, Batalhas, Elefantes ...







Reis batalhas elefantes ...


Acontece que vim com a nómada
Profissão das aves, pernoito enfim
Saudando a lua suavizando o vento
Com o azul do céu quando há tempo ...

Bom, acontece que vim ao sabor
Do voo e das aves que tenho dentro,
Sonho lugares comuns sendo senão
Sons e sílabas com que convenço

Os espíritos a consentirem que os abra 
Sem me ferir demasiado com
Reis, batalhas, elefantes ... 








Joel Matos (01/2017)






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Estórias de gente





As histórias devem ficar para trás
Para que não se confundam com o 
Tempo de hoje, tal como os sonhos
Se devem manter no coração para
Que não saiam quando respiramos

Como acontece agora,requer treino
E acreditar que temos dentro uma
Das maiores soluções pra felicidade
Do Homem quando falamos de ilusão
Da boca pra fora, ao respirar poesia

E como esta entra nos pulmões da gente,
Temos pra isso de estar atentos aos sons
Das asas passando de trás para a frente,
Como estórias de encantar tanto a gente.
As histórias devem ficar para trás




Joel Matos (01/2017)
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Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...