Veto Branco da Morte Já fui fio-de-prumo, primo Do compasso, esfera armilar, Cavaleiro d’malta, cruzado, Invertida pirâmide, credo. Com vasculhos, do tojo abrunho, Varri grilhões, desta vil Terra, E porões, de nau negreira, Fui falo, d’convento capitel, Mendiguei, por pães e guita, Verguei’m’a um ideologista, De foices, martelos e’Corão, Ceifeiro, d’cearas d’outros, Maçom, secretas sociedades, De todas que "Dei Opus" tem Como falsas e sem confiança Em sinos,concílios ,Deuses. Não me orgulho, de ter sido Pira d’corpos, cremados na praça, Imposto de guerra, d’rei déspota. Chacina em Jerusalém, Darfur. Sinto despontar um presságio Maligno, quando urna sem voto De protesto, sou, em reino, Onde à sorte, não pertenço. Já fui, fio d’prumo, compasso, Tudo, e minh’alma, sem dono, Não pertence mais a’quem manda, Mas sim à morte… Joel Matos (10/10/2010) http://namastibetphoto.blogspot.com |
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Voto em Branco
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
falta de definição ?
Em verso, sem timbrado decreto:
-Nem papel sem tinta, nem panda vela,
Azul forte, do mar de espumas,
Nem segredo impresso,de velho mata-borrão,
(Nem sei se posso isso no espelho ler,
E além disso nem te esquecer quero)
Sendo tua, a raiz d’madrágora e a poção
De secreta bruxa, que me espanta
Só podes ser "sibila de Cumas"
Ou D'Atlanta uma sagrada Musa,
E eu fabuloso Argonauta,
Do desesperado timoneiro Jasão
(serei eu a tua definição em falta ?)
Joel Matos (10/2010)
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sexta-feira, 18 de junho de 2010
No caír do medo...
Ai…se soubesse que acabava caído do mundo saindo fora de portas
E as pedras e as estradas caminhos se revirassem em pregas soltas
(Como devem ser as curvas frente a quem dele próprio foge)
Ai… se soubesse que o nada fosse, ainda assim, não muito longe,
E a ausência, nem por isso incómoda, mas incolor ou deslavada
(Como deve ter de comum na cor das asas de minúsculas moscas)
Partia em busca da dor louca, despenteada, ela mesmo uma “quasi” nada.
E tinha aí saudades das fontes, onde corriam por vezes os silêncios,
…(Faziam parecer naturais, os sons distantes das minhas outras vozes.)
Mas de tanto gastar o olhar, ficariam molhos de memórias de fúrias e ventos
Sempre presentes nos silêncios imóveis, nos eternos silêncios!
Sempre presentes nos silêncios imóveis, nos eternos silêncios!
Se soubesse que acabava caindo do mundo voaria antes que as aves
De gritos fortes, agudos e ásperos grasnassem.
Partia por’í fora com todos os gritos que escoram no voar, o medo!
Joel Matos
(18/06/2010)
sexta-feira, 28 de maio de 2010
memórias sem fim
Quero um navio só para mim,
Não daqueles que vão para as guerras,
Mas um com velas e mastros brancos,
Feito a madeira de cedro e rangidos secos,
Talvez guardem eles saudades das florestas
E persigam o perfume do capim,
Ou lambam do bojo a espuma julgando ser neve
Quero um navio com memórias d'onde vim.
Joel Matos
(2010/05)
http://namastibetpoems.blogspot.com
Não daqueles que vão para as guerras,
Mas um com velas e mastros brancos,
Feito a madeira de cedro e rangidos secos,
Talvez guardem eles saudades das florestas
E persigam o perfume do capim,
Ou lambam do bojo a espuma julgando ser neve
Quero um navio com memórias d'onde vim.
Joel Matos
(2010/05)
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segunda-feira, 24 de maio de 2010
Toma,bebe...
Toma, bebe d'estas pétalas d’rosas
Soltas, frias, das pálpebras prosas,
Nem sei se seixos são, quantos
Flutuam nos desejos, de mãos e dedos.
Toma, bebe do meu falido copo que treme,
Que o meu mando tem da serra o cume e o termo,
Sendo, são cinzas ao vento e meu ermo.
Toma, bebe o que ainda encerro,
Em terras de pó e barro.
Toma, não temas o sorvo do cântaro escuro,
Até que, na míngua o convenças
Que é estorvo e turvo e por mais que o pises nesta,
É na terra da crença que o derrotas.
E são esses os motivos do nada e do tudo
Soltas, frias, das pálpebras prosas,
Nem sei se seixos são, quantos
Flutuam nos desejos, de mãos e dedos.
Toma, bebe do meu falido copo que treme,
Que o meu mando tem da serra o cume e o termo,
Sendo, são cinzas ao vento e meu ermo.
Toma, bebe o que ainda encerro,
Em terras de pó e barro.
Toma, não temas o sorvo do cântaro escuro,
Até que, na míngua o convenças
Que é estorvo e turvo e por mais que o pises nesta,
É na terra da crença que o derrotas.
E são esses os motivos do nada e do tudo
Que deves beber, mas bebe nas pétalas de ar lúcido,
Bebe apenas o beijo que quieto nos meus lábios
De água transparente viaja, viaja com destino
Distante…
Joel Matos
(05/2010)
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Secreta viagem
“Mal fora iniciada a secreta viagem
Um deus me segredou que eu não iria só.
Supondo ser a luz que Deus me segredou.”
Despojei-me dos pés no caminho para ninguém ser
E procurei ver o outro ente na escuridão virgem.
E ele era tão só tudo aquilo a que me não apego,
Meu existencial perpétuo oráculo sem face,
Olhando-me por detrás do lençol negro.
Pedi-lhe que me arriasse de seu jugo,
No pó da estrada cova ou no cume do monte Abraão
Sendo restos para abutre ou festim de falcão.
Joel Matos
05/2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Frases Partidas
Partidas Frases
Tenho muitas frases, como aquela da “lua fundida”
Entre o cais e a maré,
Frases do andar por andar “da gente” na rua despida
Frases do andar por andar “da gente” na rua despida
De frases fundeadas e sem pé,
Frases que querem vir para a frente do título e desmenti-lo
Frases que querem vir para a frente do título e desmenti-lo
Depois em rodapé.
Perdido estou em magras frases da minha rasca vida !
Perdido estou em magras frases da minha rasca vida !
Rendida em contradição.
Perdido na mansão ou corredor temporal da frase sem sal
Perdido na mansão ou corredor temporal da frase sem sal
De facto, não,
Não tenho agora frases que sirvam de verdade a todos e tudo,
Elas, por um nada mentem.
Tenho umas outras frases que se me avizinham
Tenho umas outras frases que se me avizinham
E me enfrentam,
Frases fininhas, em tiras, na mente, que me vêm e vão,
Frases fininhas, em tiras, na mente, que me vêm e vão,
Frases singulares,
Em gatafunhos secretos e sinais na fase do sermão
Em gatafunhos secretos e sinais na fase do sermão
Aos peixes,
Que um mero filósofo (ares a fidalgo da rua) de único sentido
Que um mero filósofo (ares a fidalgo da rua) de único sentido
(Ainda que extranho) Inventou de repente, para meu intimo e vão uso.
E rondo frases à roda da tabuleta melancolia,
Seu interminável e redondo fuso!
Não me encontro com ninguém que me louve
E rondo frases à roda da tabuleta melancolia,
Seu interminável e redondo fuso!
Não me encontro com ninguém que me louve
Ou me sublime.
(Tenho fases, como a lua, “aquela lua fundeada entre o cais e a maré”.)
No dia em que alguém perguntar ser minha
A frase que “algum pessoa” leu,”não é dia de eu ser só eu”
E, quando chegar esse dia,
O outro “eu” liberto de cada pagina em tiras fininhas cortada,
(Tenho fases, como a lua, “aquela lua fundeada entre o cais e a maré”.)
No dia em que alguém perguntar ser minha
A frase que “algum pessoa” leu,”não é dia de eu ser só eu”
E, quando chegar esse dia,
O outro “eu” liberto de cada pagina em tiras fininhas cortada,
Partiu e, então “comigo, já viveu”.
Joel Matos
04/2010
http://namastibetpoems.blogspot.com
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Pra lá do crepúsculo
Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...