A alma lírica dá passadas vastas como sínteses,
Que é feito do mundo, porque breve meu olhar é
E antes que esqueça envelhecida a voz e o senso
Que se perde como se fosse pele do céu, eu víbora
A alma lírica de partida que se pensa num auge,
Embora eu mal seja réptil corvo, outro a sonhar
A própria voz em homenagem a quem não serei,
Vasto como síntese porque o nada é impossível,
Nem os sei descrever, distrai-me do que é viver
Passadas curtas ou caminhar a par doutros seres
Que não conheço, de cabelo mais vasto que o meu,
Incómodo o meu desejo de no infinito haver fim
E saber do que é feito tudo, havendo céu por-de-meio,
Ou então por-de-baixo um mundo que-se-não sabe,
Templo Ilusório, alma lírica, extracto de tristeza,
Loucura sem perdão, sou somente homilia, sentindo
Que sou nem quem, mas quem nem pareço, ausência
Sem remédio e antes que o vento vença o cerro, antes
D'antes mesmo da cigarra e as semelhanças morrerão
comigo, anatómicas, como acontece a quem enlouquece
Triste por a última vida ter sido gasta num ápice,
Porém fiz ao sonhar triste aparência de tão pouco,
De facto o que sou, quando exilo de-dentro de mim
O ruído de todo o mundo e mais o outro todo ...
Joel matos ((02/2017)
http://joel-matos.blogspot.com
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