Ouço a esfinge murmurar por dentro,
E furar-me com o olhar cravado,
Por me não poder seguir andando,
Ainda tive vontade de fechar o livro,
Mas um adúltero e mau presságio
Sugere que dentro, antes eu me feche,
Tal e qual um jogo de esconde e foge
Em que me disfarço d’enigma e mistério.
Ouço a esfinge murmurar por dentro,
Não creio que seja d’alegria,
Pois soa mais a um triste choro,
Vindo d’alguma fóssil alquimia
Ou silvo de serpente que fascina,
E me convida a migrar pro além.
Hieróglifos Indecifráveis como a sina
Alinham-se em galerias d’aragem
E ouço a esfinge murmurar por dentro
Do passado, no fundo e místico templo
Soando como prenúncio, dum futuro
E malévolo Deus do crepúsculo...
Joel Matos (12/2012)
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