Viro todos os lados, todas as quinas, todas as
ruas
Onde sempre se escondem da vista, nos morros,
Os prostitutos e os mendigos dormindo nas caixas
De papelão amolecido em sonhos sumidos,
Vejo tudo isso, como parte normal da paisagem,
Que sob um largo céu, algum dia, alguém esqueceu
Ter sido tudo feito, à sua própria imagem.
Gastei toda a fé, escavando um deus menor, mas
que fosse meu,
(Mesmo que estivesse já acabado e extinto)
E descobri que continuo, não só de olhos
fechados,
E assim alheio ao que não me importo,
Como pra’ além disso, imito ao que aos outros
Parece mais certo, viro de todos os lados todas
as ruas,
E visto-me, também eu, da ilusão desaparecida
Das “putas” das ruas mais escuras, fundidas
Na palidez do luar, como se fossem virgens da
deusa “sida”.
Joel Matos (09/2011)
Sem comentários:
Enviar um comentário