Não é fácil à razão ignorar-me,
Se jamais terá ligado,
O meu exacto nome,
Às sombras do olivado pardo,
(Onde alguém sabe quem sou),
Como me posso eu supor
Autêntico se deveras, vou
De falso ao enganador,
Num salto de leopardo,
-Ainda acredito na razão inacta,
Como uma lenda por acabar,
(Caso haja alguém que a desminta)
Quem mais senão ela pode saber
Quem sou: No fundo, um vulto
Agachado num ermo qualquer,
Vencido num combate inédito.
Como é difícil em mim confiar,
Num gémeo fantasma, demitido
E desprovido do abrigo de ser,
Apenas tapado p´lo céu estrelado
E pelo umbigo de um Deus comum
E um outro, sugerido numa outra dimensão,
Escondida em sítio incomum,
Numa frequente ilusão
Não sei se é mais justa a razão,
Ao censurar-me
Como louco, se ao evocar-me,
Como homem são…
Mas não é fácil à razão
De todo ignorar-me…
Joel Matos (06/2011)
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