quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Bizarro







Uma bizarra noção, a da palavra dita,
Pronuncia-se e acabou, se a escrevo
Se fixa, se vale ou não, depende do
Compositor e não da validade oportuna

E do espécime, mas bizarras, quanto
Mais melhor e belas, as ditas por nós
E os silêncios pelo meio e dentro, graças
À voz, outra noção bizarra, fraca ou grossa,

Dependendo do conjunto, corpo e alma
E a faculdade de ouvir, a crença, se de noite
Quando sente ou nota o coração mais, 
Se dia, dita perfeita e com fé que haja

Alguém ou algum caminho tal como o meu,
Bizarro, igual a ninguém, apenas a uma
Lembrança que em minha pronuncia há,
Bizarra noção a da palavra escrita, 

Magnífica quando nem o entendimento 
Entende, quanto mais o coração que 
Não soa ao eu poético, mas à razão, bizarra qb
Para ser poesia e ilusão de pertencer a gente

Duma bizarra nação, a da palavra "ditada- 
-Por-mim" ...









Joel Matos (02/2017)






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o Outro






Na parede d'alguém
Escrevi, - eu existo -
Na parede da frente
Alguém mais baixo, escreveu:

-"Embora Zé, sem visto
Eu ninguém sou, nem
Aqui nem lá donde 
Vim e pr'ond'me vou,

Nem o Cristo me visita,
Ou o outro indiferente,
Ostentando o crucifixo 
Torto" 





Jorge santos (02/2017)
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A onze graus da esperança toda







Faltam sonhos
Nas casas da esperança,
Voltam calmos quando
Deles se fala pra dentro,
A outra fase do silencio, 
É a lembrança partida,
Que destes tenho e dessa sobrevivo
Instante a instante, 
Momento a momento,
Quando os sonhos voltam aos anjos,
A casa dos sonhos é ao fundo, 
Na estrada
Para Entepfuhl, 
A onze graus North West 
De toda a esperança e que me levará
Até ao fim do mundo ...



Jorge santos (02/2017)
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Sempre que desta falo ...






Sempre que desta falo,

Metade é dom do luar, a ilusão,
A outra, humana completa,
A fala, ela com que conto
Como e do que é feito o pensar,

Tal é o caso daqui e agora,
Os sentidos mais são sobra,
Atraiçoam a imaginação,
Como ind'agora ao sonhar 

Sonhos múltiplos disto pintados
De fresco e framboesa citrinos,
Todos em tons de laranja,
Omiti infelizmente do luar o tom

Metade e o espírito deste conversa
Não expressa, o que deveras 
Sinto na humana metade minha
Que resta, que fala sempre que

Falo e me detesta sempre que
Falo desta na voz que Deuses
M'emprestam e consentem em
Parte, a palavra pequena, pequenina,

Pequenininha, minha ...












Jorge Santos (02/2017)











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Se ...







Se fosse um axioma natural,
O destino meu seria d'ouro
E isso que digo verdade
Insofismável, não estaria

Inquieta tanto, esta alma
Minha escrita, pondo todas
As esperanças em sentir ser
Poeta de todos e não ilegal e igual

Enquanto vivo, pois sinto que
Vida é isto que escrevo e não
Apenas enredo sem actores 
A sério, senão eu actor e acto

Hipócrita. i'nda assim publico o que
Nem sinto, nem o choro assoma
Como alego e divulgo naturalmente
Tal como detergente ou sabão azul,

(Ao quilo, - 21 gramas-) ...








Jorge santos (01/2017)





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Eu erro o ar que meto...







Eu erro o ar que meto plo osso do nariz,
O mero deitar-me com o que fiz 
E levantar-me com o "se nada
Fosse", como se tivesse eu perdido

Todos os fios das madrugadas, o frio ar
Que não respiro nem lembro se,
E começo de resto zero outra vez,
Sou feliz pouco por isso, não lembro

O que perco e porque morro da fala
Todos os dias um pouco, fosse
Por medo de errar o que da sorte
Se diz e o esquecimento que me

Cobrirá, do que a terra molde
Em acerto e normalidade
Eu erraria o ar que respiro menos, forço
O fazer falsa parte daqueles

Que vêm simples, os símbolos de ver
Dos olhos cansados da Terra
E o que nela ocupam na largura,
Do peito ao dorso, esse não tão oco

Como meu, que o ouço não respirar,
Eu erro o ar que meto plo osso do nariz,
No meio da boca torta,(um pouco)..







Jorge Santos (01/2017)














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Coração de ninguém ...








Coração de ninguém,
Mas ainda assim de
Alguém que no lugar
O tem, sem saber que tem 

Um que é meu e pró que serve,
Talvez tenha eu um outro seu, 
E pense não ter nenhum, 
Embora não saiba o que é ter

O coração d'outrem dentro d'mim
Que não é do meu corpo, se o
Mesmo não sinto como
Meu, até na dor que

Outros têm e não eu,
No coração que não 
É meu, é do mundo inteiro
Coração que a todos 

Dei, todavia nem eu
Sei sentir como todos
Os outros que pensei
Nem coração terem,

Por isso dei o meu todo,
Ou quase todo, sem ter 
De volta outro ou outros mais
Doridos que esses, doutros

Que não possuo mais
No peito meu, tão morto, 
Tão curto, estreito e gasto...











Joel Matos (01/2017)






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Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...