terça-feira, 29 de março de 2016

Gostaria de estar inspirado ...




Gostaria de estar inspirado,
Isso não impede que repita
A descrição da minha relação
Com a vida dos outros e com

A particular que vivo quando
Dou por isso, a que gastei dela
E a utilidade de a ter e quanto
As pequenas coisas são todas

Minhas,o principio e fim que têm
Elas excepto as sensações que tive
Essas são do testamento a folha
Ilegível, o cerimonial do morto,

Às terças gosto de estar inspirado, 
Em geral estou sempre muito,
Hoje estou pouco, apenas repito
Sem alterar nada para melhor,

O respeito que por mim tenho,
Gostaria de continuar inspirado
Na vida dos outros que ocupo 
Eu menos que gotas simples 

Num mar de ondas tímidas...


Joel Matos (0372016)
http://joel-matos.blogspot.com

Passagem ...





Passagem …

Viajar segundo um outro, é perder 
Perder-se constantemente, ser outro
E viver somente do que é passagem 
E do passar pra não passar em seguida,
Viajar segundo esse outro é não ter 
Raízes na alma e nem no mundo,
Porque doutros os sonhos se avistam,
Embora não consigam ganhar ao
Terreno onde a minha viagem física
Se realiza fora de portas e de pistas,
Perco-me tão constantemente do que
Fora, pra nunca ser devolvido igual
Nem idêntico ao remetente que devia
Viajar segundo, eu primeiro viajo
Depois conto segundo o que senti,
Não primeiro, apenas eu outro país
Nação, perdido em mim viajo, viajo,
Viajo constantemente e apenas
Pra passar países doutros mas tanto,
Tanto meus que não canso ser deles,
Paisagem, solo, pinheiro, cimento, cal…


Joel Matos (03/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

O iniciado ...




O iniciado …





O Iniciado (nao o concluído)

Não o gesto mas a posição das mãos,
Dos braços ao externo,
Não o que se diz p’la boca, mas como e se fora
Gerado,o espontâneo,o oculto, 
Não posição, condição ou género, mas valia,
Insurgência, extremo,
Não o lógico, mas paixão, emoção, 
Sentimento,
Não a concha da mão, sem oferta,
mas aberta noutra ou nesta,
Não o que se pensa ser o limite, o fim,
Mas o incalculável,
O imensurável,o cimo, 
Não a linha mas a corda,
Não o que se sente completo, feito,
Mas o inconcluso, 
O exagerado,
O insaciado, 
O livre,
O rubro,
O manco,
O maníaco,
O não citado,
O incompleto,o oculto
O malfeito,o malcontente,
O Incógnito, o não crente,o louco
O obtuso, o bode,o culto,o ciente, 
O Iniciado, nao o concluído, o gerado com amor,
Não aquele que alinha mas o que acorda,
O que sonha, o não sentado, o que morde, o que rosna…
A revolta, não o sistema nem o molde,
Antes a posição do rosto, face à mão, ao pulso
E ao externo…





Joel Matos (02/2016)
httP://joel-matos.blogspot.com

Tão tanto ...




Permitam-me o que vou dizer
E não é segredo, nem será
Depois de dito, nem será
O que parece ser e acabou

Sendo pois nada desse secreto
Estranho, discreto som vou 
Emitir se o prezo aquando contar
O segredo que tenho pra

Dizer, obsceno quanto o 
Que'screvo e não devo
Não por mim mas por ontem,
Não por outrem, o que vou

Dizer contém o anseio
Que pudessem ser o eu
Que eu não sei ler ver,
A alma de quem a tem, não eu,

O simples fazer chamar o céu
Terra e ao silencioso 
Chão caixão meu segredo, meu...
Permitam-me estar a sós comigo

E com o meu franco cabelo,
Pra depois dizer a todos
Que nem alma tenho,
Mas em segredo guardo

As memorias que componho,
Eu tenho ao ouvir-me pensar
O que parecem ser
Só em si, sonhos de estranho

A quem se permite
De quando em quando,
Quem eu dantes era ser
Ou pensei que fosse 

Ser hoje tão, tão tanto...








Joel Matos (02/2016)




Http://joel-matos.blogspot.com



Garças voam e não voltam ...






Falando de Garças,
Dessas que chegam 
Onde o meu olhar é 
Céu, Dessas que voltam

Assim que a chuva acaba,

Nas costas do gado,
Melancólicas, como
Se possuíssem seu

A alma do prado,

Não só nas penas
Mas na certeza ou dúvida
De serem atalaia

Da vida e da Terra,

Pra que não a violentem 
Enquanto esperam
Nas costas do gado,

Assim que a chuva passa,

Falando das Garças
De que a gente, tão
De perto ignora e olha

Olha e ignora, dessas

Que voam e voltam
Voam e voltam
voam e não voltam.







Joel matos (02/2016) 





http://joel-matos.blogspot.com


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Existem esferas











(The choir of the planets in the harmonic mundi)






Existem esferas sob meus pés,
Sinto vozes e rodas, creio serem 
Pertença de forças ou fadas do ar,
Qualquer uma ocultaria em si,
O que é a minha própria irmã gémea, 

Se a tivesse, ou o paraíso,
Existem esferas sob meus pés,
Estranho é aceitar como real
Esta ilusão de rodar com a
Atmosfera, se tudo o que rola

Sem rodar, são meus dois pés 
E em volta deles tudo parado,
Até o ar parou de viajar, viajando
Nas vozes que são em coro dentro
De mim e que mais ninguém tem,

Existem esferas sob meus pés,
Ao menos alguém me diga, 
O que fazem aqui e porque não 
As posso ver e perceber, acaso
No dia das reais vozes as entenda,

Como todas as coisas outras
Que são exteriores às roupas,
As esferas sob meus pés dois...



Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

O salto







Olho o abismo de tal lado
Que do outro, solto, salto
Pro impraticável, resoluto
De poder e de concorrer

Com a sorte, sem acordo
Olho o abismo em torno
De mim todo e súbdito
Do fundo que houver,

Se houver fundo, num
Declive que é o meu
Sentir solto e a saldo
E aí eu salto de patamar

Em patamar e salto
Para o lado que penso,
Ser meu e o meu pensar
Voa de andar em andar,

Olho o abismo desse lado,
O tal, mas deseja o outro
Nem eu sei, ou ele porquê
porque infeliz acordo

Fiz eu, com o inferno
Sem fundo e sem argumentar
Nas minhas preces
Por tal, um pacto pouco exacto,

Com o Demónio em mim
À solta ...



Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

Da paixão







Inda trago a paixão 
Dos primeiros gansos,
Inda trago o sensivel.
Do primeiro acto,

Da manhã, do regato,
Da fonte fria, inda trago
A paixão do manancial,
E da tentação de beber,

Apesar de não ser sede,
O que faria sem ela, 
Não sei, só sei que 
Viver sem, é impossível

A sede da paixão parar,
O beber nas fontes,
Quando dos gansos,
O grasnar de novo ouço,

Renova-me a sensação, 
Do primeiro acto,
Prova que ainda o trago
Comigo e da paixão

De vida que não abdico,
Por nada ...




Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

A lembrança do que vou pensar






Tenho momentos em que até a luz 
Do dia me diz ser noite cerrada
Porque me doi sem razão cada som 
E o dia e o ruído e o nada e a lembrança,

Tenho momentos em que 
O que deveria fazer sentido não faz, 
Pois nem mesmo o conceito de viver, 
Este passou a ser um castigo, 

Um cansaço que recomeça ao acordar,
Acho que mesmo morrer não consigo, 
Por mais que queira, 
Não por que tenha motivo, 

Penso que nada me motiva nem mesmo 
O medo nem mesmo o nada fazer
Tenho momentos em que acordar 
É uma desilusão,

Um suplício, uma escada de enrolar
Sem degraus mas em gumes de faca, 
Em que caio todos os dias por decreto 
E saio da cama a medo, 

Mas sem motivo para estar deste lado 
E acordado
Quero estar dormindo, porque 
A realidade me corta de baixo-a-cima,

Não é potável o sonho, nem o vinho 
Que bebo, a minha alma é um "cadinho"
Do laboratório-da-peste, 
Considero dever buscar um sentido 

Para o que faço, 
Diferente do comum movimento dos astros,
Da rotina, do cansaço
E da lembrança do que vou pensar ...



Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com



Na beira d'onde moro






Aqui, na beira onde moro
A pele das mãos é púbica,
Quotidiana,tantas vezes
Besunto de banha bera

O próprio corpo, à beira
Do abismo onde moro
E sobrevivo ao cuspo,
Quem vem pinta meu

Rosto e envenena a água
Que bebo p'las costas
Da mão dextra que m'resta
D'engodo...



Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

Ego






Pra quem faz do ego religião
E os sentidos vira pra dentro
Da pele verde, espelho do que nunca
Poderá ser pra quem faz

Do ego religião, o tacto não
Dá prazer e o eco e a contemplação
Dos sonhos dos Homens todos,
O gozo de pôr as mão no fogo

E o doer que dá o amor grasso,
Pra quem faz do ego religião
Não há, nem penses, disso
Por grosso ou ao Quilo, o caldo

Com feijão manteiga que
Dantes era vendido na mercearia
Como se fosse mágico, à compra
Prostituta e má como o Ego "de ver"

De Shopping-Center, casas espelhos
Não sentidas com que se contentam
Multidões sem tacto nem a ambição
De quem pôs as mãos-no-fogo por gozo

E por haver quem faça dum caule as asas




Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com


Sonhar certo






Os tamanhos dos sonhos meus
São sempre os mesmo e
Perfeitos aqueles que me 
Lembram o que quero ver

Neles de grandeza, magia
E de valer a pena sonhar,
Por saber o tamanho certo
Que têm os sonhos e o

Feitio perfeito desta missão
Minha de sonhar acordado
E sempre, sempre do mesmo
Sonho, a metade que quero do

Sonhar certo, não o acertado.



Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Iemanjá Rainha







De terra quero o perfume raso,
Familiar e chão no entanto pó dos
Lugares largos e comuns, cheiros
A barro d'onde vêm os sonhos bons

Da terra. Quero o meu sentir, só ele
Argumenta o que penso e conheço
Dos perfumes que estão mais perto
De mim, assim o cheiro a sal e menta,

A flor de laranjeira e romã e rosas,
De terra quero o perfume a fruta
Fresca,a tília e a ti. Porosa tu és,
Teu cheiro poderoso em mim

Só ele aumenta a sensação de estar
Perto e respirar o que não tenho
Tão certo eu assim de durar no ar
Que respiro, o prazer de teu odor

A mar e fonte. Da terra quero
O perfume de vida que certo eu
Suponho sendo, vindo do teu corpo,
Poderia ter na Terra o ar, cheiro

Suposto de Iemanjá Rainha, mar,
Sol-posto, menta, todavia poroso
Será sendo teu, Orixá de longo cabelo,
Rosto de Terra-Mãe, nosso chão-

-Mar...











Joel Matos (01/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Quando menos se espera






Quando menos se espera 
Os signos soltam-se dos demais
Procurando novos significados
E eu continuo ignorando,

O que é viver com os pés
No chão, tentando perceber
O som que vem do céu
De minha boca aberta toda,

Toda aberta do calcanhar
Ao fémur passando p'la
Omoplata, subindo a Cava
Veia deste meu coração

Sem terra, alta erva ou horta...
Quanto menos me sinto
Levado plo destino mais sou,
Assim o céu nos desprenda,

Quando menos se espera, 
As palavras soltam-se no ar
Prolongando velhas frases, 
E eu continuo ignorando

O que é viver com os pés
No chão, tentando perceber
O som que vem do céu
De minha boca aberta, 

Toda aberta do calcanhar
Ao fémur, passando p'la
Omoplata subindo a Cava
Veia deste meu coração

Sem terra, alta erva ou horta...
Quando menos espero,
Ser e desejar são a minha arte
E a minha arte sou eu num só...



Joel Matos (01/2016)
http://joel-matos.blogspot.com

David Ou...





Se bem como David
os meus dias mudam
Que nem olhos de peixe,
Se bem como David

O mundo me parece
Imenso e negro,
Se bem como David
O meu sonho não morreu

Ainda apesar de ferido,
Se bem como David
Cairei sobre a areia
Um dia triste,este...

Se bem como Elias
Só eu sei como são
Meus dias que detesto
Ser David sem ser Golias

Depois de desembarcar 
Na praia dos Helfos,
Mesmo os de sempre,
Com troncos árvores e tudo

Se bem como David,
Tanto do que digo é peixe,
Mudo ...



Joel Matos (01/2016
http://joel-matos.blogspot.com


Livre astronauta e leve







Voo livre de condição
Rumo a um nada existir, 
Espero tornar-me humano
Em breve qual astronauta

Do entendimento, sobre
O qual a Terra pesa
E o chão cresce em explicações,
Voo livre de condições,

Temo é só medir-me
De acordo com as medidas 
Terrestres e a do corpo
Humano, quanto baste

Pra que o sinta sem fazer 
Falta na condição de existir
Eu livre, astronauta 
E leve, tal qual uma pena







Joel Matos (01/2016
http://joel-matos.blogspot.com



Os amantes suicidam-se duas vezes




Os amantes suicidam-se
Pondo final à vida duas vezes,
Já eu não me decido
A amar a vida tanta, ponto final,

Fui vencido p'lo meu sonho,
De ansiar ser amado
E apenas me lembro,
Do sorriso suave da boca,

Sinónimo de paixão
P'la vida, quando a tinha.
Os amantes suicidam-se
Como se fosse nada, 

A vida sem depois, pois eu
Sinto o destino a sós 
Comigo e pela primeira
Vez faz tempo, lembro que 

Nos amá-mos os dois até ao ódio 
E a mágoa mas infelizmente 
Este não diz o que espero
E eu dele me desprego,

Os amantes suicidam-se 
E eu morro de um sonho outro
Que é ser amante do destino certo,
Mas não consigo, não posso

Ou não quero um, escrito
Em envelope fechado 
Um amor que, se bem me lembro,
Me fez medo da própria sombra,

Ou morte...



Joel matos (01/2016)
http://joel-matos.blogspot.com




Rua dos sentidos órfãos...



Sendo eu mudo não penso contar sequer
O que penso, os meus secretos medos
Revelar o que imagino ser dum cavalo
O trovão ou da consistência das nuvens 

Que vêm se desfazer contra o monte
Aponto a pouca voz que me resta nunca
A qualquer transeunte que passa
pois penso ser artificial o som que sai

P'las camadas que me revisto de lucidez
Pouca, impermanente... e desespero 
Por ser ouvido pelo que mora ao lado
Livre como um cavalo solto ao vento 

Inconsciente que aqui estou eu presente
Dando tudo o que imagino ser meu pensar,
Todos os sons que faço embora sem 
A flauta transversal de místico 

Que tanta falta me faz neste ofício
Infecundo de surdo-mudo na rua 
Dos sentidos-órfãos, nós todos, pedintes
E pão...


Joel Matos (01/2016)
http://joel-matos.blogspot.com


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Calmo





Calmo como o sangue
Enxuto como um cálice
O que sofro nem volume
Tem, utilidade ou afago

De fruta no mercado
Calmo à meia semana afora
Calmo o mosto eu suposto
Guerreiro do fogo fátuo

Aquele que pra luz precisa
Ir depressa e correndo
De espada e lume
Calmo como areia ou saque

Em rescaldo de combate
É o meu nome secreto/salmo
Compraz-me a vida
E um século meio a esperar

Algo de quem não me acusa
Enxuto como um cálice
Calmo como sangue
O que sofro tem o volume

Que cabe na minha tranquila
Vontade à justa e no cálice
Da dita breve, difusa vida,
A palma...




Joel Matos 01/2016
http://joel-matos.blogspot.com

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Morar em volta de meus passos



                                                                                          (pintura atribuída a Adolf Hitler)





Tudo passa tão depressa
Que alma outrem nem para
Pra chamar, ao passar p'la minha
Casa, estando eu morto pra vida 

Toda, sem mostrar a ninguém
Quanto estava, quando estava...
Conquanto tudo passa, sem espera
E sem esperança pra um morto

Que espera toda'vida pela estranha
Qual chama de morte e vazia,
A chamava de vida, da sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não para 
A esta porta e nesta fraca figura
Em causa, tudo passa excepto
A guerra galgando este modesto corpo,

Modesta a honra que na minha alma
Molesto e a dum transeunte que passa
Por passar, por minha causa chora
Sem me conhecer morto vivo,

Vivo morto se nem em casa nessa 
Vivo, mas onde tudo acha por bem 
Passar por passar, estando eu noutra
Parte, na porta que me resta galgar

Como um muro, pra murar em volta 
Dos meus passos por andar...



   




Joel Matos (11/2015




http://joel-matos.blogspot.com


Frágil




Tenho sentimentos frágeis
Em golpes de malabarista e saltos
Que me dão segurança pouca
Em qualquer andaime frouxo

De Humano autentico.... 
Guerreiro-viajado, amante,
Tenho pensamentos voláteis,
Como velas acesas, regressões

Onde aprendo que não vivo
Pela primeira vez, mas sempre.
Ficou claro para mim em tempos,
Que cada um entende da cor

Dos sonhos a que lhe 
Convém, tendo-os ...
E então me arranho para 
Saber se estou a armar sonhos

E se não voa o voar que dou,
Agarro até à morte,
Estas frágeis aves letras, aquelas
Que doem de tanto nó que dou

Às magras relas de guelras que o 
Falar permite e sente
Eis quão fácil de sonhar 
Eu sou sendo eu a sonhar, velas...



Joel Matos (11/2015)
http://joel-matos.blogspot.com


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Zé_Luís-Filho...




Zé Luís Filho, Fialho
Pelo pai mas de mãe
Só-filho Zé, no cartório
Zé Luís filho ficou sendo,
De mãe solteira – Inês
Diz o povo que tinha
Outra alcunha mas ficou
Desde logo – a Pouca Inês
Zé Luís Filho da Pouca
Talvez por ser ingénua
Ou ter conhecido o Fialho
Filho da gente rica e “culta”,
De Estremoz a Vila Flor
Do Crato Aristocrática até
Ao fundo da braguilha
Que emprenhou a Bela
Inês esse era o nome dela
Antes do Fialho pôr
A pata nas virilhas, Bela Inês
– Boa como o milho..
Dizia o Fialho no Grémio
E os domingos na praça
pra quem queria ouvir,
– Boa na cama-
Zé Luís, Filho da Bela Inês
Cresceu seguro de si
Embora vivesse do lado de lá
Da estrada
Teve na encantadora mãe
Inês a realidade da alma
E as fontes que sorriam rosas
Do branco mais profundo
Que a natureza trazia no decote.

Joel Matos (10/2015)
http://joel-matos.blogspot.com

Há pessoas de linho-branco...














Há pessoas da constituição do linho,
Pessoas estandartes, pessoas bonitas
Nas arestas, outras no dentro, há pessoas
De ficção mas eu sou de ângulos iguais,
Rectos, um funâmbulo da compreensão,
Criei-me entre o abismo e a sensação
De queda, num espaço fixo, opressor…
Há pessoas da constituição do tecido
Que nos tocam suavemente como seda,
Absurdo é eu continuar vazio de formas
E cheio do nada sentir, que consinto
E conservo nem sei eu porquê, ou como,
Há pessoas d’linho branco

Joel Matos (10/2015)
http://joel-matos.blogspot.com

Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...