No meu reino soberano,
Literal e literário,
Vivo danado e mundano.
Apesar de não cometer adultério,
Sou moralmente insubmisso
Ao casamento, como ofício
Santo, casto e excelso.
A minha fé é lei e um seio,
E as sedas dos soutiens,
Minhas donzelas e amantes,
Os mamilos…ah, os mamilos
Citrôenes, dois sinetes elegantes.
No meu reino soberano,
A soprano é-o, de coração
E é nela que me venho,
Num peculiar padrão,
Fardado de tenor solteiro,
E patrão do esperma.
No meu reino, sou rei
Do que é ser poema
Liberal e libertário,
Sou o serralho d’um pragano,
Pingo de galheteiro,
Delegado do engano.
O meu mundo não é Terreno,
E mais dia, menos dia, mando
O reino pro aterro,
E demito o Dom…
Joel Matos (02/2013)