Anónimo o que recito mas
não o que aceito,
Como meu, anónimo o que
visto doutrem e dispo,
Alegando meu porém, anónimo
tatuado por delito,
No peito, anónimo tenho
todo o meu falso corpo.
Nada me ocorre que não seja
d’outrem,
Sou a aragem do logro que percorre
a tumba
Dum morto, dando vida aos
que jazem e aos que sobrevivem,
Faço parte dessa paisagem lobrega
e romba
E de que, os pertences escritos
rouba
Aos notáveis mortos, um
pilhador de túmulos,
A eito, profanador até do
sagrado kaaba…
Ignoto o suor dos meus impuros
poros…
E o acto de escrita pouco
lógica e de louco…
Se nem, o colchão em que me deito, é
meu… o poluto
Fato, roubado no museu teutónico.
Por isso, quando eu morrer actor,
Jamais a noite se tingirá
de luto preto…
Joel matos (01/2013)