Tenho a figura imaginada de me pai,
Da minha mãe a atitude espiritual,
A realidade é minha mas não o direito
A ela, pois isso é a coisa mais absurda
Que existe, sob pena de ser tomado
A sério quando falo de mim próprio ou
Sobre mãe pai ou sogros excepto esposa,
-Digo que tenho a figura imaginada
Do pai-do-céu, não do meu nem a minha,
Qualquer coisa que nem somos nem
sonhamos, amamos nos outros nós-
-Próprios por isso plagiamos pra justificar
Quem somos, eu tenho pena de ser
Levado muito a sério, não o mereço,
Pretendo que seja tomado como pouco
Sério, tal qual é a ideia que fazem
De um louco com-um-certo-juízo,
Jamais com o juízo-certo pois até a verdade
É falsa, sou feliz sem entender nada
E a memória se agrafa no corpo dos mortos
Pra que a alma não erre por corpos que não
Conhece a forma certa e a idade,
Sob pena de ser levada a sério também,
Aquilo que não tenho, eu pareço,
Desprezo os outros como um calceteiro
Pisa a pedra no passeio, por instinto
Não por vontade, como quem erra a sorte
Errei eu a vida, pena ser levado a sério ainda,
E ainda ...
Joel Matos (05/2018)
http://joel-matos.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário