O silêncio é para os outros,
Não me calo, prefiro apregoar
Alto o preço a pretender qu’valho
O que não digo entre “comas”,
Não me calo, prefiro apregoar
Alto o preço a pretender qu’valho
O que não digo entre “comas”,
Parêntesis, repito o que disse
À partida como que a recuperar
Forças ou pra produzir algum
Efeito(até aí sou só aparências)
À partida como que a recuperar
Forças ou pra produzir algum
Efeito(até aí sou só aparências)
O silêncio é para os gordos,
Eu cerro os dentes mas apenas
Por fachada pois falo de mim
Sem parar e em letra grada,
Eu cerro os dentes mas apenas
Por fachada pois falo de mim
Sem parar e em letra grada,
Alivia-me o ranger das portas
Rolas sussurrando sob um’asa,
Alibi perfeito prá nota falhada,
Sinistro é quem se exprime,
Rolas sussurrando sob um’asa,
Alibi perfeito prá nota falhada,
Sinistro é quem se exprime,
Deduzindo ser a arte um ritual
De sentimento beato, profundo,
Exclusivo pra extrema unção
Dos mortos ou pra uma orgia
De sentimento beato, profundo,
Exclusivo pra extrema unção
Dos mortos ou pra uma orgia
De defuntos em semana gorda,
O silêncio é para os mortos,
O falar pra mim é uma grávida
parindo, pelo menos eu sinto
O silêncio é para os mortos,
O falar pra mim é uma grávida
parindo, pelo menos eu sinto
Que palavra tem ser, vida, peso.
O silêncio é para os outros,
Eu não digo, arrepia-me o ranger
Dos dentes nos outros…
O silêncio é para os outros,
Eu não digo, arrepia-me o ranger
Dos dentes nos outros…
Joel Matos (04/2018)
http://joel-matos.blogspot.com
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