terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Encalho, agacho, acobardo...e morro.




Sou consciente do que penso e procuro,
-Procuro-me tão-somente,
No conhecimento, mas inconsciente
D'o não haver, onde tanto o procuro,


Ainda que houvesse, um farol faroleiro
Do sentir do meu pensamento,
O afastaria de mim, estaria oculto
Quanto, sob intenso nevoeiro…


Pensar…pensar tão-só, quanto o pensar
Mente e se encobre, n’algum ser ou coisa
Inconsciente, como pensar que nem se pensa,
Embora seja ela, a causadora aparente do pensar.


Sou consciente de que procuro,
Um inédito conceito do real, ainda por pensar,
Porque sem o peso da memória, não terei logradouro,
Nem este vil cais, me irá ver morto, embarcar.


Talvez como eu, seja aquela puta, sem opção,
De bar em bar, repartindo o cadáver morto,
Mas sonhando-se prenha, d’algum Nobel da ficção,
Que a penetrou fundo, por um gol d'absinto.


Sou ciente do pensar que procuro,
Ser mais venal, que o comum pecado,
Mais impuro, que o despudor, em estado puro,
Mas num mar de bruma m'encalho, agacho, acobardo…

(E Morro)

1 comentário:

Odete Ferreira disse...

Prometo voltar, com tempo para degustar...

Por agora só quero deixar os meus votos de Boas Festas.

Bjo :)

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