Não sei s'esta vida é pouca ou demais para mim.
Não sei se sinto demais ou de menos, enfim, não sei,
Nem sei se sinto o que sinto e penso ou, se vindo
De mim mesmo me convenço, que penso e que sinto, não sei.
Pertenço a um conceito de vida que não sei se já viveu,
Não que seja seu, o brilho que a minha alma repete,
Mas o dedo e o braço esticado, são do mestre Dantas,
Montado num escadote, tentando unir o céu ao esforço meu.
A vida, não tem norma invicta nem linhagem fixa;
Dispenso-a… e à memória… e ao labirinto, são coisas…
Completo-me com o raciocínio ,
Nem sempre coerente, nem lisivel, é pouco…é pouco,
Leva-me a um lugarejo litigado do divino,
Em que alinho letras e letras soltas, envoltas de linho…fino.
Não sei se vida é isto, armazém sem baixas,
Onde me procuro e só encontro desarrumo
Em caixas de cartão amarelado, apodrecido…
Não sei se lá jazz ou me vigia a fraude,
Soerguida da segunda metade humana que me resta,
Ou se o silêncio encerrará, o meu festim de vida. (e de humano em festa)
Não sei...
Não sei...
Joel Matos (01/2011)
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