Nada me prende a nada
E até no espelho venho
N’uma imagem estragada,
Alugada; Onde o’tenho?
Se é que ainda o tenho,
Na parede esquecida,
Olhando, medonho,
Esta parcela do nada.
Nada me prende a nada,
Nem aos pés quando os ponho,
No chão de terra usada,
Em chinelos d’um estranho.
Estou gasto e extinto d’vida,
E s’inda penso qu’a tenho,
È porque não a perco por nada,
Se nem completo eu o seu sonho.
Divido-a, entre a mera divida,
Do plágio torpe e tristonho,
E no que ainda haja de dúvida,
Em ser curto e meu o tamanho.
Nada me prende a nada,
Se nem ao dúctil rebanho,
Menos ainda à corda,
Que m’estrangula d’engano.
… e nada…
JOEL MATOS
(10/2010)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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