quinta-feira, 28 de março de 2019

o sabor da terra



O sabor da terra é parecido com o da água, 
A acrescentar os meus sentidos, a chuva
Que cai e molha, não importa de que mar
Distante ela é, de que mundo que não vejo
Mas sinto, cheiro terra molhada e cerro
Os olhos pra que não fuja por eles o desejo,
O prazer do odor que nunca foi meu, mas inunda
O meu sossego e leva-me pela mão,
Longe da terra não existo nem soa real
O sonho que tento viver, imerso no verde
O pastar do gado na bruma, indistinto é o serro,
Ermo o pensamento meu, quando escuto
É apenas o meu coração batendo ou não,
O sabor da terra é parecido com o da água,
O que eu não esperava é a própria fidelidade
Da chuva que em silêncio lava o meu rosto,
Como se conhecesse meus inúteis segredos,
Ou sabendo da ausência de ruído no meu peito/feto
Real ou falso, ausente abaixo dum céu 
Que lembra o que pra lá dele há, pressinto outro céu, 
O meu …

Sobre conceitos




Falando sobre conceitos, não seria coerente deixar de lado, deixar de falar do negativo das coisas pela mesma facilidade lógica de que dois e dois são quatro em cruz e quatro mais quatro oito, a roda e isto tem a ver com a razão assim como o branco para o negro, Yin-yang, o instável para o instigado, o estável para o excitado relativamente à matéria física. É hábito “dizer que se diz” embora afirmar envolva ou possa misturar-se numa dinâmica mais mensurável e menos arbitrária da realidade ainda que o conceito relativista se imponha inclusive ao pensamento metafísico e à interpretação intelectual do conceito da vida/matéria do que é viver e poder ser, o estar vivo, estamos fatalmente infectados, colonizados pela dúvida inerente à matéria de que somos constituídos, ela cerca-nos pelos quatro ou oito lados e constrange-nos ou liberta-nos, sendo assim o conceito de bem e mal é inerente e não se contradiz tal como a matéria negra que compõe o universo e faz parte dele, é como a manifestação de um hipotético hipnotizador imenso ou apenas uma sugestão de múltiplas realidades, uma e apenas uma infinitésima delas, apesar de possuir duas faces, o preto e o branco, alegamos ser o bem ou o mal que nos criou ou não criou, esquecendo-nos do cinzento na composição harmónica do universo e não apenas deste mas de uma multitude de conceitos de vida e lógicas cósmicas dissociadas e associadas ocasionais ou perenes. 
Quisqueres que sejam os nossos criticáveis defeitos ou limitações com certeza já nos perguntámos acerca do que pode ser certo ou estar errado independentemente das nossas piedosas ideologias cada uma extrapolando uma lógica enviesada mais ou menos sensata para tudo isto que nos emerge e submerge comummente nomeadas de bom e mau ou "assim-assim". 
Há divergências consideráveis entre nós, desajustados não mensuráveis de sensações obliteradas tolhidas de diversas e obstinadas incoerências e vacuidades infecundas, contudo o ou quem que nos criou tem a frieza do zero absoluto e a estranheza do nada, do nulo entrópico e não antropogenético, a incoerência do não testado, o ácido da digestão cósmica.
Falando do negativo das coisas, diria que o universo se criou porque foi criado, assim o que vejo tem outro lado, a outra face da moeda ou da questão, a facilidade criativa, pra mim tão real conquanto tenha o hábito de dizer que sim a tudo que considero primevo e natural o negativo de mim, o outro lado, como se eu fosse poeta.










Joel matos 11/2018
http://joel-matos.blogspot.com



segunda-feira, 6 de agosto de 2018

“From above to below”




“From above to below”

(Dali por mim)
Quando a facilidade de escrever se insubordina, escrevo e escrevo e escrevo; transformo-me em caudilho do que digo, converso conversas sem contexto quando a ocasião não me facilita a escrita, como agora de certeza, nada me ocorre que valha a pena ser escrito ou conversado, nem me convenço do que afirmo ter uma ordem certa, alfabética.
O labirinto é o fauno e uma única tarefa imortal só na alma e na do poeta o fio da meada.
A fome e a sede são circunstâncias.
Defino-me como a excepção intuitiva, não entendo os outros nem pretendo ser entendido por todos, não ajo nem ando como a maioria das pessoas.
Não me sinto culpado por não me fazer entender, é uma questão de consciência, não uma tragédia.
A fome e a sede são insignificâncias perante a existência de cada um, mas concorrem e especializaram-se, cada uma à sua forma para o triunfo da mente humana e para que as palavras falem às vezes connosco e as entendamos.
A noção simples de existência é esmagada pela sede e pela fome mais que pela miséria insana, embora sejam uma trindade, uma trilogia, outra palavra em voga e em moda; Já o que me costuma manter vivo é um desejo de comer e beber, absurdo para alguns, para outros, compreensível ou a regra “Sine qua non”.
Defino-me como a excepção não pela inteligência ou habilidade, mas pela simplicidade e pela intuição, como água de uma fonte ou um pedaço de pão na mão de um miserável esfomeado mas autêntico, assim sou eu e sempre, serão a sede e a fome também autênticas quanto o Jonas e a Baleia.
Basta-me ver rosas, beber vinho e uma conversa com a cabeça ou o estulto projecto de a manear assim como um mundo.
O vinho ajuda a reparar injustiças e o esplendor da beleza feminina, uma dádiva da natureza, um requinte, uma arte, um conforto.
Quando a finalidade ao escrever é de desvendar territórios remotos temos que contar com a nossa competência de aventureiros mas também com a capacidade das lanças hostis, a disciplina de falanges nómadas ou do açoite do deserto na lona das caravanas, a bigorna do sol-rei nas têmporas das hostes guerreiras, os pórticos inúteis no coração da Mongólia guardados por fiéis disciplinados e profecias que a história nega aos de hoje.
Quando a facilidade de escrever se insurge da rotina dos meus hábitos, surgem-me pensamentos nos nós dos dedos e nos actos mais tacanhos ou mesquinhos, sendo a distracção um contraponto, a abstracção uma costureira e a teia, forma o que penso, o fio da meada ou reverso da moeda.
A bebedeira é um profundo bem-estar e podemos encontrar a nosso carácter atrás dele, em longas taças, em pequenos goles.
Para mim a vista é o julgar que se vê, o crer que se vê sem ver; o paladar, um ritual degustativo, quando chega ao palato o sabor do chocolate derretido na língua assim como o café junto com o açúcar, inseparáveis quanto o charuto dispendioso e o fumador rico, anafado, o sultão de Constantinopla com o séquito do harém, todas com longas tranças e a fumaça das mil e uma noites.
O excesso de recordações é uma contrariedade infinita, torna-me suspeito de incompetência e incapaz de viver “do novo”, sem encontrar soluções no “atrasado”, “From above to below” sujeito apagado e cerimonial do que assumi como sendo igual ou equiparado a genial, sendo absurdo isto tudo, esta ida “non Stop”nesta ideia de vida.

Joel Matos

Convenço, convencei, convençai…




Convenço, convencei, convençai…
A catarse da vida é tudo o que há de mais puro nas ilusões, a perca de ilusões é o cataclismo simbólico, a catástrofe, o fim de tudo que, inconscientemente nos anima, nos dá alma e brilho ao espírito, o cenário, o quarto da Alice brilhando no escuro, no breu.
“A ida”, na viagem, é uma desses enganos magníficos, maravilhosos, em que a nossa inteligência nos cede endomórficas estaminas, tal como numa aventura a dois, de recém- apaixonados ou casados, ainda com a tinta fresca e as latas a arrastar ruidosos, no asfalto, traços descontínuos a perder de vista, um “Buick” branco conversível, nas estradas do Arizona, regressado à estrada, como novo, depois do casal fazer 60 anos de casados, incutida a genial ideia de que isso era a felicidade conjugal suprema, há muito tempo perdida e a depois miraculosamente redescoberta; coisas da publicidade comercial de “Cable- TV” , que tanto pode vender cigarros para um infeliz cowboy, sentados na garupa de um cavalo malhado no meio do deserto de Sonora (apesar de ter morrido de câncer no pulmão, alguns anos depois) assim o medo por tubarão de filme, nas séries da Net-Flix, sem enredos, apenas medo e mais medo das águas cálidas, pacíficas do meio oceânico.
Vendem-nos Pepsodent-herbal, para a cárie nos dentes tal como a cabeleira de Donald-Trump despenteada, quão admirável presença na sala oval, não fosse gato-morto, fedorento ou escalpe/ troféu de cinturão de índio, no Far-West Americano ou ainda quando se vende como autêntica necessidade, uma chaleira de água quente com apito, a um beduíno no deserto, sem corrente eléctrica nem luz na tenda, música anti-stress, a um monge dos Himalaia, em recolhimento por 120 anos, numa gruta a mais de 5.150 metros de altura, apesar deste viver-nas-nuvens.
O fígado e os rins são excepções, não consigo e acho que ninguém consegue, fazê-los mudar de funções, mas penso que funciona no marketing e em quase todas as nossas acções.
As nossas escolhas não são monólitos negros, estruturas decanas, ancestrais, mas sim espuma, plasticina-plástica, matérias mutáveis, alteráveis, estranhas simbióticas e tacanhas as nossas mentes, pois acreditam em tudo quanto lhes impingimos, quer seja banha de cobra ou sabonete de ervas para a celulite e para a tinha-seborreica.
Usada benevolentemente, a nossa capacidade de convencer pode, pela persistência, dignificar a esterilidade ou dar importância a um individuo nulo, de olhar fixo e lentes graduadas, tornar pertinaz o filosofo e metafisico algo ou alguém cuja importância e existência, seja pouco mais que física e que se reconhece ele próprio como ser meramente decente e próprio para uma digestão monogástrica, mono-fágica. Uma tragedia, a decadência humana, se não ousarmos sonhar, sonhemos, acreditemos, convençamos alguém que a lua é feita de vidro verde e o homem objecto de porcelana da China, nada é o que parece mas tudo o que parece pode ser e é, cabe-nos acreditar.
O mecanismo da inteligência dá-nos clarividências que podem ser genéticas, apesar da nitidez maior ou menor com que as possamos usar ou usufruir, pode ser sublimada, alavancada por peças exteriores a ela e estas, se usadas da forma mais generosa, podem fazer conquistar muitos e nobres propósitos ao ser humano em geral e à humanidade, como se fossemos um cardume de anchovas livres e felizes, num mar sem redes ou tramas menores, convençai…conversai …

Ao principio …



Ao principio …
O principio impunha-se à vontade arbitrária de criar, sem que se arriscasse concluir como e de que forma se reproduziria a vida a partir do nada, do primevo, do zero,do nulo, do ovulo.
A vitalidade não tem forçosamente uma raiz, a vontade sim e o principio é a origem, o folículo do ovário, uma opção especial, especifica, a qual caracteriza o começo, o principio de tudo, a realização da vida e do mundo.
A vontade deu origem ao primeiro fruto, porém este inaugurou o morrer e o tom poético do outono invadiu, primeiro o mar e depois a terra, a serra e a floresta e o ar, tinha-se inventado o tempo, pois a morte não é o fim da vida, mas a revogação natural do tempo, de velho em novo, de novo em velho, assim tem sido sempre até agora e assim será eternamente.,
Logo o sonho estabeleceu que houvesse lua e a lua apareceu, em crescente, ditando os ciclos menstruais da mulher e à floresta, deu razões para crer, crer na paixão da seiva ao subir do caule às rubras pétalas.
No princípio era o óvulo, o veludo do musgo e o músculo da ameijoa, da anémona e o caranguejo-ermita, na concha abandonada, a praia a perder de vista, o beijo dos namorados de mão dada, os desejos insinuados, o calor e a vontade de fazer amor, mais que tudo, mais que nada, na esfera , na atmosfera ténue das vontades arbitrárias, o planeta Terra, o Mundo.

Em geral



Em geral
Em geral, somos criaturas miméticas que se prendem nos gestos uns dos outros e aprendem por imitação dos sinais do rosto embora aprendamos devagar e com gestos lentos, desde como fazer balançar o berço até ao contar pelos dedos, a tabuada dos nove, em galego, (nove’s fora nada, nada igual a zero, por gestos) quer a comunicar com os ombros dizendo eles da nossa equidade em Basco, ainda mais que nós mesmos “por boca” lograríamos transmitir por sílabas gástricas, intestinais, o estalar dos dedos é linguístico e tão universal como a palavra “TAXI”, não tenho vontade ou necessidade de justificar o gesto de um só dedo, partilhar os meus costumes a outros ocupantes deste “Taxi espartilhado”, nem justificar convívios, conluios; nem necessidade de justificar o que conluio finalmente como tendo real valor, a minha sensibilidade e versatilidade, está para o meu entendimento assim como o erro para Descartes, mantenho a cabeça na pia baptismal e afasto, separo as emoções dos pensamentos embora as minhas alterações comportamentais não sejam, nem sigam uma linha recta, mas a distancia mais curta entre o que me apaixona e o que penso ser correcto parecendo nebulosa à distancia e na consistência e desvio múltiplo, de facto não o sendo; é o que me influencia vindo do exterior, o mundo qual gera justamente a minha ideia de verdade, originalidade e ideal, justiça.
Em geral, sou como uma criança que aprende com o que conheceu ou aprendeu numa conversa a dois com os cotovelos, aí chego a uma conclusão e passo-a a limpo com os dedos das duas mãos, apesar de muitas vezes colher da erva alta flores de cardos, viscosas, terríveis, espinhosas, por serem de uma realidade que às vezes dói, a própria vida nem sempre é constituída por viçosas flores de jardim, mas por associações destas e outras ideias, a ironia e o sarcasmo são espécies entre muitas e uma indicação aguda de atitude espiritual por vezes injustamente condenada como bastarda e indigna de se considerar flora. 
Confio nos polegares opostos, na instituição que é ser “Humano” e embora não me vista de Xiita, admito-os e admiro todos os trajes, são as oficinas que tecem os trajes, que por sua vez moldam o pensar do polegar e o entrelaçar constante de dedos é um dom, um mérito, o ligar fio com fios; o aspecto, uma trama cerzida ponto por ponto.
O encanto da liberdade é dizer o que quero a outro, passar por onde quero, ter dois ou mais poleiros para cantar de manhã cedo e escolher o que quero usar dentro da capoeira, apesar de acabrunhado e sonolento quando acordo a doer-me a bexiga, alivio-me desse incomodo antes de cantar de galo pela fazenda do meu dono e fazer de novo um berreiro daqueles que se ouvirá da França ao Reino Unido, supondo que o galo fala francês, já que de lá é oriundo e não da loja de algum chinês. 
Em geral somos criaturas de hábitos, temos pés de barro que embora possuam outra utilidade também servem para quebrar canelas e joelhos de diferentes jogadores em diversos jogos, provocar dor; habitámo-nos a usá-los para andar, para correr, para cheirar de modo que sintamos que estão sujos ou com o síndrome de pé de atleta em estado avançado, nauseabundo.
Não costumo cheirar os pés dos outros, nem o peçam por favor, cada um tem de sentir a que cheira de facto cada palavra e acto e a morada íntima da alma não pode exaurir demasiado fedor, sob pena de perpétua condenação, vem descrito no Apocalipse de Patmos como exemplos de males sem cura, quer o pé-de-atleta assim como o mau hálito de boca e as dores de cotovelo ou de cabeça congénitas. 
A fome e a sede são generalidades, aprende-se cedo a enfrentar assim como o medo e o modo de embalar com o abanar do corpo e a dar movimento ao pequeno berço.
Defino-me como a excepção à aprendizagem em geral, não sou aprendiz de coisa alguma; como mestre de mim mesmo, não entendo dos outros o que não sei por “Leitmotif”, nem pretendo ser entendido por todos, não ando nem falo como a maioria das pessoas, nem me sinto culpado por não me fazer entender, é uma questão de consciência não uma estratégia nem uma tragédia. A fome e a sede são insignificâncias perante a existência de cada um, mas concorrem e especializaram-se, cada uma à sua forma para o triunfo da mente humana e para que as palavras falem às vezes connosco e as entendamos. A noção simples de existência é esmagada pela sede e pela fome mais que pela miséria insana, embora sejam uma trindade. Sinto a liberdade a definhar no trânsito da cidade, na fila dos semáforos urbanos que me obrigam a parar, nos anúncios de pasta de dentes e no IKA dos móveis, nos impostos que me obrigam a pagar, já o que me costuma manter vivo é um desejo grande de comer e beber, absurdo para alguns e para outros compreensível; a regra “Sine qua non”.
Geralmente não tenho sede de água, pouco bebo a não ser nos regatos quando caminho nas florestas doutros reinos, defino esses momentos como genial excepção, não pela inteligência ou habilidade de me acocorar nos regatos, mas pela simplicidade, pela fuga de espírito, como água de fonte fresca, maleável à mão, um pedaço de pão na boca de um miserável esfomeado, com o estômago colada às costas mas autêntico como uma floresta, assim sou e sempre fui, serei.
Termino esta dissertação da maneira mais genial e generalista que me ocorre, como o hábito geral de nos transfigurarmos em tudo o que nos une e nos normaliza como seres miméticos e sociais, sociabilize-mo-nos q.b.
– Carpe Diem – 

Conto …




Conto …
Conto de um, dois, três, quatro e cinco e seis, dezasseis …até trinta e seis, esquivo-me a agir, reduzo a acção, supero o deve e o haver, sobra-me o que não disse e continuo a viver da arte das expressões e emoções já não tanto à flor da pele como uma coroa do sol e o papel a arder quando se aproxima e afasta a lupa dele repetidamente concentrando a luz, concentro-me na lua, em que não há, não pode haver fogo, não há ar e o meu trono é de ar e povo, pai e rei do mundo, imagino-me e é tudo, as revoluções e as guerras continuam por todo o lado, não são estéticas, causam horror, não valem o som que fazem aos ouvidos, de boneca de louça quebrando, de bebé chorando; eu potencio o repouso e conto um e dois e três, até trinta e três sabendo que é um jogo, um exercício, o da concentração da luz numa lente e o haver fogo e o que posso fazer é saber e faço de sábio sem o ser, inevitavelmente conduz-me a estupidez por entre mortos e feridos embora não haja reino por que valha ser ferido.
Conto um, dois, três, dezoito, vinte e oito pelos dedos, peço o recibo ao taberneiro, sempre solicitei contas com boas maneiras; um pobre, ridículo acrobata de circo no fim da rua, porta com porta em frente à minha, lembra-me os meus falhanços, a minha incompetência endémica que me faz confiar na habilidade de faz-de-conta tal como o palhaço que ri na rua do-tudo-por-nada. 
Conto e continuo a contar que, sob as más-caras há e sempre haverá humanidade e o hábito, elevado ao expoente máximo que um processo mental básico alinhe o inapto de sonhar com o sonhador devoto, surpreendo-me constantemente com quem passa por mim e se apega à matéria da negação como forma de existir suprema, transfiguro-me numa outra realidade, conto e continuo a contar sem me misturar, daí a habilidade em seguir vários caminhos sem me envolver com a rua e o palhaço que representa os meus falhanços e a estupidez humana das almas todas incluindo a minha, a chama, a luz concentrada de uma lente, o sol; concentro-me na lua e conto, cem, cento e muitos impulsos de todo o meu sangue Germânico, abrandando até sarar … 

Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...