Quero um navio só para mim,
Não daqueles que vão para as guerras,
Mas um com velas e mastros brancos,
Feito a madeira de cedro e rangidos secos,
Talvez guardem eles saudades das florestas
E persigam o perfume do capim,
Ou lambam do bojo a espuma julgando ser neve
Quero um navio com memórias d'onde vim.
Joel Matos
(2010/05)
http://namastibetpoems.blogspot.com
sexta-feira, 28 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Toma,bebe...
Toma, bebe d'estas pétalas d’rosas
Soltas, frias, das pálpebras prosas,
Nem sei se seixos são, quantos
Flutuam nos desejos, de mãos e dedos.
Toma, bebe do meu falido copo que treme,
Que o meu mando tem da serra o cume e o termo,
Sendo, são cinzas ao vento e meu ermo.
Toma, bebe o que ainda encerro,
Em terras de pó e barro.
Toma, não temas o sorvo do cântaro escuro,
Até que, na míngua o convenças
Que é estorvo e turvo e por mais que o pises nesta,
É na terra da crença que o derrotas.
E são esses os motivos do nada e do tudo
Soltas, frias, das pálpebras prosas,
Nem sei se seixos são, quantos
Flutuam nos desejos, de mãos e dedos.
Toma, bebe do meu falido copo que treme,
Que o meu mando tem da serra o cume e o termo,
Sendo, são cinzas ao vento e meu ermo.
Toma, bebe o que ainda encerro,
Em terras de pó e barro.
Toma, não temas o sorvo do cântaro escuro,
Até que, na míngua o convenças
Que é estorvo e turvo e por mais que o pises nesta,
É na terra da crença que o derrotas.
E são esses os motivos do nada e do tudo
Que deves beber, mas bebe nas pétalas de ar lúcido,
Bebe apenas o beijo que quieto nos meus lábios
De água transparente viaja, viaja com destino
Distante…
Joel Matos
(05/2010)
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Secreta viagem
“Mal fora iniciada a secreta viagem
Um deus me segredou que eu não iria só.
Supondo ser a luz que Deus me segredou.”
Despojei-me dos pés no caminho para ninguém ser
E procurei ver o outro ente na escuridão virgem.
E ele era tão só tudo aquilo a que me não apego,
Meu existencial perpétuo oráculo sem face,
Olhando-me por detrás do lençol negro.
Pedi-lhe que me arriasse de seu jugo,
No pó da estrada cova ou no cume do monte Abraão
Sendo restos para abutre ou festim de falcão.
Joel Matos
05/2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Frases Partidas
Partidas Frases
Tenho muitas frases, como aquela da “lua fundida”
Entre o cais e a maré,
Frases do andar por andar “da gente” na rua despida
Frases do andar por andar “da gente” na rua despida
De frases fundeadas e sem pé,
Frases que querem vir para a frente do título e desmenti-lo
Frases que querem vir para a frente do título e desmenti-lo
Depois em rodapé.
Perdido estou em magras frases da minha rasca vida !
Perdido estou em magras frases da minha rasca vida !
Rendida em contradição.
Perdido na mansão ou corredor temporal da frase sem sal
Perdido na mansão ou corredor temporal da frase sem sal
De facto, não,
Não tenho agora frases que sirvam de verdade a todos e tudo,
Elas, por um nada mentem.
Tenho umas outras frases que se me avizinham
Tenho umas outras frases que se me avizinham
E me enfrentam,
Frases fininhas, em tiras, na mente, que me vêm e vão,
Frases fininhas, em tiras, na mente, que me vêm e vão,
Frases singulares,
Em gatafunhos secretos e sinais na fase do sermão
Em gatafunhos secretos e sinais na fase do sermão
Aos peixes,
Que um mero filósofo (ares a fidalgo da rua) de único sentido
Que um mero filósofo (ares a fidalgo da rua) de único sentido
(Ainda que extranho) Inventou de repente, para meu intimo e vão uso.
E rondo frases à roda da tabuleta melancolia,
Seu interminável e redondo fuso!
Não me encontro com ninguém que me louve
E rondo frases à roda da tabuleta melancolia,
Seu interminável e redondo fuso!
Não me encontro com ninguém que me louve
Ou me sublime.
(Tenho fases, como a lua, “aquela lua fundeada entre o cais e a maré”.)
No dia em que alguém perguntar ser minha
A frase que “algum pessoa” leu,”não é dia de eu ser só eu”
E, quando chegar esse dia,
O outro “eu” liberto de cada pagina em tiras fininhas cortada,
(Tenho fases, como a lua, “aquela lua fundeada entre o cais e a maré”.)
No dia em que alguém perguntar ser minha
A frase que “algum pessoa” leu,”não é dia de eu ser só eu”
E, quando chegar esse dia,
O outro “eu” liberto de cada pagina em tiras fininhas cortada,
Partiu e, então “comigo, já viveu”.
Joel Matos
04/2010
http://namastibetpoems.blogspot.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
segunda-feira, 22 de março de 2010
Barbearia
Barbearia
Não sou nada dentro deste muro,
Nunca serei nada do lado de fora dele,
Não posso mais do que querer ser,
Parte dos sonhos e de todos os lugares.
Nunca serei nada do lado de fora dele,
Não posso mais do que querer ser,
Parte dos sonhos e de todos os lugares.
Sou filho comuna do vazio e cantoneiro
De estrada sem berma, barbado,
Viajo sentado na loja do barbeiro,
Lendo, desatento, o jornal amarrotado
Estou vencido, (como se só o vencer
Fosse lícito), se estivesse para morrer
Fosse lícito), se estivesse para morrer
Teria lápide “ toda uma vida sem lealdade”
Mas também ela, uma (meia) verdade imitada
Das filosofias que não apalpei, sem euforia
Arderam, de resto, como a multidão
De versos adaptado, em esquadria.
O meu feudo é ter do real o convicto “ senão”
No fundo, estou desiludido nas certezas
E nem vejo na luz, o sol ou ouç, d’ouvidos,
Sons que cruzam, na barbearia, as vidraças,
Aquele assobiar, das ondas nas conchas dos búzios.
Mas hoje o universo reconstruiu--me…
Joel Matos
03/2010
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quarta-feira, 17 de março de 2010
Quero
Quero as suavidades pequenas e leves
de poder sentir as brisas soprando mansas
e nelas , leves , voem penas e esperanças
absortas em saudades de gestos suaves
quero sonhos flagrantes, madrugados
cores e horizontes fardados como amantes
quero ter de volta os bandos migrados
de aves vestidas e nelas beber como dantes
troco tomos e tomos de obras de artes
pelos sentidos tombos suaves do vinho
a alegria de viver ,os caminhos e os enterneceres.
Quero...
Jorge Santos http://namasti
domingo, 14 de março de 2010
assim assim...
(eu bem quis ser assim)
eu quis ter um desses dias "assim assim"
montei o monte claro que foi Olimpo
e foi quando voltei de querubim
e virei costas aos sinais do tempo
eu quis ser um desses dias totais de vento
com estandarte xadrez,armadura e tudo
mas tudo o que consegui foi ficar mais tonto
e correr com o furor desfraldado
Se o meu sonho de ser tão alto
Fracassou foi porque faltei ao encanto
Cansei do contador de contos não fui coerente
Nem agarrei pela frente o elefante da sorte
Se trafiquei causas vesgas foi por assim haver
contrafeito todas as "merdas" e fazer de travesseiros
as fraldas do monte Vesúvio, fiquei a feder
por dentro e por fora tresandava de maus cheiros
(fui eu num dia assim/assim)
Jorge Santos
eu quis ter um desses dias "assim assim"
montei o monte claro que foi Olimpo
e foi quando voltei de querubim
e virei costas aos sinais do tempo
eu quis ser um desses dias totais de vento
com estandarte xadrez,armadura e tudo
mas tudo o que consegui foi ficar mais tonto
e correr com o furor desfraldado
Se o meu sonho de ser tão alto
Fracassou foi porque faltei ao encanto
Cansei do contador de contos não fui coerente
Nem agarrei pela frente o elefante da sorte
Se trafiquei causas vesgas foi por assim haver
contrafeito todas as "merdas" e fazer de travesseiros
as fraldas do monte Vesúvio, fiquei a feder
por dentro e por fora tresandava de maus cheiros
(fui eu num dia assim/assim)
Jorge Santos
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Pra lá do crepúsculo
Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...