Ser - A lua brilhando inchada,
O ventríloquo coração
A compensar a excessiva exatidão,
O embarcar com bilhete só d’ida,
Pro lado vazio dest’alma,
-Fugir de tod’esta gente,
Como sonho desinteressante,
Que mal se recorda,
Como um cão sem dono nem ladrado,
Fui passado sem presente,
Vagão passando rente
Ao suicida, a ironia do falhanço,
-Sendo eu, em tudo o que faço,
Causa/efeito do falso sentido.
Sou de tudo num dia e nada
Noutro, senão palhaço,
Desses a que se dão corda,
Na grotesca marcha do corço.
Sou forcado de curro e cornada,
O ventrículo e a laça aorta,
Servindo literáriamente de forca,
O sentimento de natureza morta,
Que foi no voar, uma ave branca,
Quando esta, o voar abranda…
Joel Matos (01/2014)
1 comentário:
Sinto-me tão transparente
Que nem sei se algum dia
Me tornarei imprevisível...
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