O meu pensamento é uma cidade fantasma,
Ruas suspensas,
submissas ao tempo, ruínas de templos
E os gemidos dentro das
casas, (acaso possuíssem alma)
Seriam ténues, não me
prendessem tatuagens nos braços
Nas frases austeras
que um esquecido astrólogo segreda
Ao meu pensamento. É
uma cicatriz que dói, aberta
Quando se remove com a
unha, pra não ficar dedada.
O manto da
invisibilidade é a sua cómoda coberta,
A manta de lenços e
papel que absorve qual mata-borrão
(Fico sem saber se é
natureza murcha ou decalque da morte)
E depois me atira ao
acaso, nessa cidade de casas sem chão,
Fixas no ar, vazias de
tudo, como absurdas obras de arte.
O inesperado e
talentoso verso pode nem surgir nele,
Como por encanto, mas
por enquanto, vai alternando
Entre ouvir-me e surpreender-se
a si próprio, do seu pensar
Estranho. Às vezes
tenho pena de quem não imagina, tendo
Eu, nas mudanças de
rumo deste pensar, a visão máxima
De assombro, quando
dou por mim no fim, a voar sobre campos
Que não sabia existir
no inicio e a cidade se alastra e o tema
É o poema e ele se
transforma, na casa dos meus sonhos,
(Na cidade fantasma que é o meu pensamento)
Joel matos (04/2013)
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