Nas palavras que me fitam,
Sem pudor,
Infinitamente complicadas,
Abundam meadas,
Da minha ignorância,
Deslembradas trincheiras,
Em conflito
E em guerras alheadas
Das minhas dispersas fronteiras
E nos estilhaços
Das vidas que nem vivi.
A sombra,
Ameaça-me o pensar
E a lembrança,
Das coisas belas,
Que não pensei;
Deixei-me guiar por completo,
Como folha em branco
E ao natural vento,
Nele me espreguiço
E me rendo esquecido.
Nas palavras que me fitavam,
Só sobejo no que sinto,
Morreu o que desconheço
Se tudo o que sei
É o que procuro ser,
Como se tivesse lavado delas o sentido
Num rio de pedras quinadas.
Mais límpido e nítido,
Definido como gelo frio,
Incorporado como fluido nas veias.
Confesso-me confuso
Porque quando estas me fitavam
E encandeavam
E controlavam as minhas ideias,
Só elas me faziam chorar.
(As palavras que me fitam)
Joel Matos 03/2011
Sem comentários:
Enviar um comentário