Todo um ciclo foi concluído,
Apesar de nem começo nem fim conter,
Num momento pareço de consciência abonada,
Noutro mendigo no escrever o bem parecer
E recomeço onde nunca acabo, cercado, esquecendo
Que em rodo das paredes do Cárcere
É sempre ao meu fracasso que Fedo
Como ranço da carne a apodrecer,
E o que, no livro, acaba, aqui no enredo
Não, em mim sim, barbeiro de mau carácter
Morto por dentro e azedo a cada manhã que acordo,
E sedo-mas, ainda assim prefiro acordar a temer
Não encontrar a razão no outro lado,
E o pensamento claro, (mesmo a fingir)
E que as minhas palavras digam algo,
Que eu próprio saiba infimamente atingir,
Do que não acordar de todo,
E ser um fulano com’outro qualquer,
Com princípio, fim, e meio indefinido,
Meio Esquisito, meio esquecido, passado,
Portanto, dou o ciclo por terminado
A meu ver não digo nada diferente e quem me ouvir,
Será apenas d’ouvido e duvido se por’í’ando,
Ao vivo, ou a preto e branco, no sonho dum ser sequer.
Joel Matos (03/2011)
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