Olho o abismo de tal lado
Que do outro, solto, salto
Pro impraticável, resoluto
De poder e de concorrer
Com a sorte, sem acordo
Olho o abismo em torno
De mim todo e súbdito
Do fundo que houver,
Se houver fundo, num
Declive que é o meu
Sentir solto e a saldo
E aí eu salto de patamar
Em patamar e salto
Para o lado que penso,
Ser meu e o meu pensar
Voa de andar em andar,
Olho o abismo desse lado,
O tal, mas deseja o outro
Nem eu sei, ou ele porquê
porque infeliz acordo
Fiz eu, com o inferno
Sem fundo e sem argumentar
Nas minhas preces
Por tal, um pacto pouco exacto,
Com o Demónio em mim
À solta ...
Joel Matos (02/2016)
http://joel-matos.blogspot.com