Maldade,
E o quanto me basta essa,
Que ao preservá-la, sinto-a
Verdadeiramente minha,
Fracamente mau, eu que
Habito num pretenso, falso
Ermita s/instituição herança,
E o quanto isso me basta
Pra descrever sen’detalhes
Dest’outra tensa viagem,
Ao longo de mim mesmo,
Da minha vaidade viária,
Na verdade uma criatura
Maldosa que por s’colha
Sou, mau quanto escura
É maldade na Naja preta,
O ferrão da fulva Vespa
Asiática com tod’a fúria
Que o instinto possa ter,
È quanto me basta, essa
Gula a magnânimo canalha
Magnífico e inclemente,
Não por “dá cá aquela
Palha” nem sequer por
Um qualquer delírio de
Grandeza, polui espíritos
Quer a anjos ou demónios
Mas a maldade suprema
Real com vulto e relevo
Eternos, em cabelo, sem
Requintes falsos, sou eu
Esse, esse é o meu mal,
A minha distinção, o “Graal”
Santo, a excelência Maior
Em todo o horrível esplendor
De crueldade que de mim
Advém e em mim tenho.
Joel Matos ( Novembro 2022)
http://joel-matos.blogspot.com
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