Não me surpreenderam ainda os meus dedos curtos,
Num corpo de barro, sem o arrojo que o revele,
Mas abria um buraco no céu, se Lilith viesse por ele
E me assombrasse com os seus dedos compridos
E a língua infiltrada, explorando os recantos,
Como seres danados, sob uma mesma pele,
“-Porque hei de eu deitar-me debaixo de ti”
Dizia simplesmente a fascinante Lilith,
“-Se eu também fui feita tua igual, do pó,
Não da meia-costela do Adão com nó na goela,
Que com ele partilha, da fraqueza e não o poder,”
Eu abria um buraco no céu se Lilith viesse por ele,
E me amarrasse; e eu me amarrasse a ela,
Alimentando -nos de sexo, sem férias,
Na cama menos ingénua do universo.
Caiu uma lua nova do céu, numas tréguas
Perfeitas de nuvens -Lilith veio nela…
Joel Matos (26/11/2010)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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