Quero morrer de vez e enterrado pra sempre,
Não terei na cartola o
axioma do sonho
Nem tirarei qualquer
máxima à pena,
Mas morar de mim fora,
d’ora
Em diante e apenas,
sim, tenho,
Tenho paladar do
infinito ao etéreo, insólito
O lugar em que mais
sinto imenso, indulto
No ser, é no ser
apenso do ser Ser, que invicto
Será, ou talvez seja
mau pensar, pensei sendo
Advento meu doutro
pressentir desmedido dom.
Como pensei, o facto
de escrever e a facilidade
Com que vulgarizo a
opinião, fazem duma saudável
Imaginação, uma
censurável ofensa do meu jargão
Grosso, ao ser que suspenso,
no coração crivo, sirvo
Do apocalipse numa velha
batedeira de bolos,
Instigo e contradigo
por covardia, como fosse eu
Aliado a um deus
adenda, pra me parecer ninguém
Ou Génio desempregado
da Albina lâmpada.
Tanto do que já senti,
sonhei-o sem mãos, tantos
Sonhos irmãos tive em
criança, sabidos ,espertos,
Eram meus, sem os
querer por horto de mosteiro.
Quando morrer de vez, para
sempre em qualquer largo,
Quero olhar particularmente
a realidade,
Nítida e peculiar da
matéria que me escravizou,
Do mesmo modo que situo
um gebo, na sombra da rua.
Joel Matos (11/2014)
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