A Terra em dúvida
Nada na Terra está
errado, o lado
De cima nunca pode estar pra baixo,
Nem o subir da maré é pro lado diverso,
Que se movimenta o planeta todo,
(Duvidamos provavelmente que assim seja)
Nem há lei dos Homens que obrigue,
Porém há uma questão que se põe, urgente,
Alguém me disse certa vez que sentiu a terra
A falar e quis sentir meu o estômago desta,
Com o ouvido interior no bosque de carvalho,
E o solo por arar, atento ao falar do vento
Certo ou a um canto de sereia, uma prece
D’alguma flor murcha da terra e órfã da sorte,
Ou a brusca voz da serra gelada ou da geada,
Mas nesta terra natal, nada estava mal ou errado ,
Apenas o meu ouvido imperfeito impotente, doente
Deixou faz tempo, de ouvir do mundo a dizer,
Pra me ouvir a pronúncia ou a ti próprio…
Dos sonhos que imaginamos nós, Ela-Terra ter,
Pra lhos usurpar entretanto, enquanto rola, roda
Nas marés do mar de que vai cheia, partilhando
De cima nunca pode estar pra baixo,
Nem o subir da maré é pro lado diverso,
Que se movimenta o planeta todo,
(Duvidamos provavelmente que assim seja)
Nem há lei dos Homens que obrigue,
Porém há uma questão que se põe, urgente,
Alguém me disse certa vez que sentiu a terra
A falar e quis sentir meu o estômago desta,
Com o ouvido interior no bosque de carvalho,
E o solo por arar, atento ao falar do vento
Certo ou a um canto de sereia, uma prece
D’alguma flor murcha da terra e órfã da sorte,
Ou a brusca voz da serra gelada ou da geada,
Mas nesta terra natal, nada estava mal ou errado ,
Apenas o meu ouvido imperfeito impotente, doente
Deixou faz tempo, de ouvir do mundo a dizer,
Pra me ouvir a pronúncia ou a ti próprio…
Dos sonhos que imaginamos nós, Ela-Terra ter,
Pra lhos usurpar entretanto, enquanto rola, roda
Nas marés do mar de que vai cheia, partilhando
(Talvez o amor por nós,
sem que em dívida o peça)
De cima a baixo, de baixo a cima e p’lo contrário,
Nada na Terra está mal, errado ou doente,
Por enquanto, o erro é da minha parte e de todos,
Ou do íntimo ouvido nosso, ser como eu, fraco,
Não prezamos o lar incomum que partilhamos,
De cima a baixo, de baixo a cima e p’lo contrário,
Nada na Terra está mal, errado ou doente,
Por enquanto, o erro é da minha parte e de todos,
Ou do íntimo ouvido nosso, ser como eu, fraco,
Não prezamos o lar incomum que partilhamos,
E onde vivemos sem amarmos
os outros, comuns
A nós próprios, somos ruins
caseiros, maus vizinhos,
Rivais, fazemos tábuas rasas desta Terra em dúvida,
Rivais, fazemos tábuas rasas desta Terra em dúvida,
Todavia ainda
duvidamos que ela, por mais que berre,
Por mais que diga -em
causa estou- e seja autêntica,
Alinhavamos solidão e leviandade de bestas,
Com os eloquentes espíritos da natureza idêntica
…
Joel Matos (01/2015)