sexta-feira, 11 de março de 2011

ciclo fechado


Todo um ciclo foi concluído,
Apesar de nem começo nem fim conter,
Num momento pareço de consciência abonada,
Noutro mendigo no escrever o bem parecer

E recomeço onde nunca acabo, cercado, esquecendo
Que em rodo das paredes do Cárcere
É sempre ao meu fracasso que Fedo
Como ranço da carne a apodrecer,

E o que, no livro, acaba, aqui no enredo
Não, em mim sim, barbeiro de mau carácter
Morto por dentro e azedo a cada manhã que acordo,
E sedo-mas, ainda assim prefiro acordar a temer

Não encontrar a razão no outro lado,
E o pensamento claro, (mesmo a fingir)
E que as minhas palavras digam algo,
Que eu próprio saiba infimamente atingir,

Do que não acordar de todo,
E ser um fulano com’outro qualquer,
Com princípio, fim, e meio indefinido,
Meio Esquisito, meio esquecido, passado,

Portanto, dou o ciclo por terminado
A meu ver não digo nada diferente e quem me ouvir,
Será apenas d’ouvido e duvido se por’í’ando,
Ao vivo, ou a preto e branco, no sonho dum ser sequer.

Joel Matos (03/2011)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Actografia





Actografia

Creio no universo como um homem vulgar,
Não tenho filosofia que me defina,
Nem lugar em que gostasse de falecer,
Não consinto a vida, assimilo-a como a morfina,

Recolho-a nos campos e onde me deixam colher.
Acervo, incorporo tal-qual cobra, a peçonha,
Hasteio-a na haste mais fina que houver,
Enquanto flor do estio, fonte do sol, neblina,

Embora possua um instinto próprio de mulher
É o corpo e não a frágil alma destas que me fascina,
Autista no que exijo e existo sem o que conheço eu, entender,
Como se tudo fosse uma farsa da negação minha,

Disposta a tudo e ao que deus quiser, se isso doer, 
O sol-pôr é um analgésico, uma agonia Celestina,
Com ele me uno a disciplina de desaprender,
E as inocentes crenças do virar das'quina,

Verdades transitórias e de aluguer...
Porque, como disse, não faço uso da inteligência divina,
(limito-me à opinião por estabelecer)
Tenho a demência, como estranha e inexplicativa vizinha,

Profundamente hipócrita na sua naturalidade e ilusão de freelancer.
Estou cansado de ser forçado a querer,
Mas não creio no universo que me dizem existir,
Já que a máquina de mentir fui eu que a criei.

Serei realmente gente?

Joel Matos (02/2011)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Deus que acabe com tudo isto...


Deus que acabe com tudo isto! Abra as enclusas,
Anule os alçapões que censuram as águas,
Convoque os trovões da monção e induza o céu em função
Do cargo sublime,  que ocupa em toda esta questão,

Desd'que acabe com tudo isto! Com esta sensação falsa
D’infinito de quem não tem expressão na fala
Para confessar arrependimento com convicção.
(Vivemos em constelações de irracionais prenhos de solidão
Isentos de sentido crítico)

Deus que acabe com tud'isto! E esta alheia gente,
“Com um sorriso na cara que nada tem de inocente”,
Fingindo felicidade na beira do holocausto,
Sem abdicar todavia do falso título de homem casto,

Por isso escrevi um sermão vulgar, religioso, mas sem religião
Para qualquer um outro Deus, “que termine de vez a missão”,
 Que pretendia incutir a sensatez do espírito das aguas soltas,
No sentido critico destas pessoas vãs e insensatas.

Joel Matos (02/2011)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quando eu não tinha.


Quando eu não te tinha,
Os meus momentos a sós eram passados no abismo,
Entre o nariz e a boca,
A realidade era outra coisa, menos boa, religiosa, alheia,
E o acordar me dividia,
Entre o lençol e o ir comigo sem mensurável projecto,
Cumprindo um ritual,
Sem dar por nada, sozinho e morto, ausente.

Quando eu não te tinha,
A solidão saía p’los olhos e me intimidava o desejo,
Como uma casa vazia.
A desgraça carpia a minha ausência infiltrada na sombra,
Batendo as horas.
O exílio não era nas hortas e nas nespereiras com frutos,
Os silêncios não eram sagrados
E as rotinas não saradas jamais passariam de básicas e banais.

Quando eu não te tinha,
Não sabia quem eu era, agora não sei quem sou,
Porque te tenho,
Como uma doença benigna e natural, um sopro,
Uma ideia vaga.
Convem conduzir-te p’ra longe da minha inveja,
Mas não sei como.
(Tal é a minha descrença nas teorias da humanidade)

Esperança, quando eu te via nos reflexos d’outros óculos
Era feliz, reconheço-o,
Agora estou ciente que quero o universo inteiro
D’um todo
E nem por isso sou mais brilhante ou autêntico,
Do que outra realidade qualquer.

Joel Matos (02/2011)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nem em mim confio



Minha imaginação é um elefante,
Um bumerangue,
Uma faca afiada, de dois gumes,
Que me desapega a vida,

Um elfo e as fadas,
E os muros do palácio,
Que se dobram,
Como curvas e estradas.

Minha imaginação é um truque,
Sem chapéu d’mago,
Um castelo, num mítico bosque,
Uma miragem num tanque,

Um outro Entrudo.
Mas, se a coabitar com o meu “eu” inculto,
Mutilado e sem fantasia,
Sou forçado,

Mesmo quando o não entendo,
Deveria tomá-lo como certo,
E não como embuste,
Ou trapaça, ou farsa.

Minha imaginação
É uma almofada em branco,
De penas, remendada à pouco,
Quem me dera ter sono pesado,

E não acordar deste lado,
Outra vez comigo,
Despido e frio,
Deste lado ruim, em que nem em mim confio.

Joel Matos (02/2011)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tão íntimo como beber


Na véspera de não partir, nunca
Antes mesmo de ter pensado
No regresso, a incógnita
Do futuro sujeita-me a vontade,

D’abalar prá’s grandes extensões,
Da alma e do entendimento,
Mas, o que sinto efectivamente,
Ou está na prisão, ou anda amonte,

Ou é uma máscara, ou um pedaço d’alguém
Mas, a ilusão que m’lembro,
Só provem dos sonhos, de que s’lembra,
A consciência das flores,

Tudo o resto são lastros,
E castros e humores
Dos atalhos de quem viaja, por terra meia
E falha no destino.

Sou uma multitude de trastes,
Sou uma sombra de outra realidade,
Uma panaceia
De sentidos inúteis

E, dado que, na véspera não parti,
Como falei
E, tendo lugar reservado
No desejo absurdo

De encarnar num outro,
Os sonhos e as insónias,
Não terão morte no meu futuro,
Caminharemos de mão dada

Nos jardins d’outubro
Tendo na consciência, um cego
E no olhar distante, um louco
Que viaja numa falua sem corpo,

Querendo fugir e deixar tudo
Como estava no dia da chegada,
Sem se fingir d’arrependido,
Na volta da estrada sem vinda.

Sou tão cheio de abismos
E mistérios que não sei qual escolher
Dos terraços
E se chove eclipso-me no vaso de flores,

Nas ruas digitais
De pedras, enterrado vivo,
E as flores por coroa.
O plano era ter da jornada

A esperança, dum todo,
Como quem bebe o entendimento
Liquido, lúcido e menino.
Na véspera de partir viajo p’lo meu ser

Tão íntimo como beber
O reflexo da lua, não o meu…

Joel Matos (02/2011)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Definição de esperança


Breve, o dia em que decidi ser alguma coisa,
Espuma de mar cavado na sarração do vento.
Acordo no meio de uma conspiração d’ondas e horas
E dedico os últimos minutos a tentar definir o tempo

E lembro-me de não querer ser capitão d’coisa alguma
Sobretudo no dia de hoje que acabará d’manhã bem cedo,
Ainda me pus a olhar o futuro, sem solução à vista ou relógio d’pulso
E, na vigia baça da embarcação, abocanho um curto sonho,

Um sonho em vão, de quem espera horas e horas o fio,
Mas breve, breve como as ondas no bojo preto deste navio
Cargueiro. Vi passar o rápido, das nove e um quarto,
Branco, branco…Tinha na face, a expressão da glória antiga,

E eu aqui no porão, como um rato num ínfimo labirinto,
Hostil e angustiado sob o peso da máquina universal do atraso.
Ah, se eu estivesse atrasado dezoito horas na vida,
Começava tudo outra vez, à meia-noite e vinte em ponto

E seria mais um livro, posto na prateleira, sem paciência
Pra ser lido, contudo, sinto-me vivo como um nado-morto,
Embalado pelo dever de viver, ao lado de cada dia, de cada segundo,
Sem força para detestar tudo o que me é imposto,

Pela absurda tripulação de estibordo.
Ah, se eu tivesse ambição, provocaria um motim de praças
E partiria de malas feitas, por esse mundo sem fim,
Decerto seria alguma coisa, com mais sabor que não engodo

De peixe balão, batata de sofá, asceta gordo de time-sharing
Ou marajá da sanita. Descubro que sou, metade, tempo perdido,
Metade, escrita ilúcita e imaginação no intervalo, mudo de cor,
Ao estilo de camaleão do campo… sem título.

Breve, o dia em que decidi ser, coisa alguma,
Um zero, num fim metafórico de cena, uma réplica de sino,
Uma causa pequena, onde o vento, faz tempo não sopra
E dedico os últimos minutos, A TENTAR DEFINIR A ESPERANÇA.

Joel Matos
(01/2011)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não sei que vida



Não sei s'esta vida é pouca ou demais para mim.
Não sei se sinto demais ou de menos, enfim, não sei,
Nem sei se sinto o que sinto e penso ou, se vindo
De mim mesmo me convenço, que penso e que sinto, não sei.

Pertenço a um conceito de vida que não sei se já viveu,
Não que seja seu, o brilho que a minha alma repete,
Mas o dedo e o braço esticado, são do mestre Dantas,
Montado num escadote, tentando unir o céu ao esforço meu.

A vida, não tem norma invicta nem linhagem fixa;
Dispenso-a… e à memória… e ao labirinto, são coisas…
Completo-me com o raciocínio ,
Nem sempre coerente, nem lisivel, é pouco…é pouco,

Leva-me a um lugarejo litigado do divino,
Em que alinho letras e letras soltas, envoltas de linho…fino.
Não sei se vida é isto, armazém sem baixas,
Onde me procuro e só encontro desarrumo

Em caixas de cartão amarelado, apodrecido…
Não sei se lá jazz ou me vigia a fraude,
Soerguida da segunda metade humana que me resta,
Ou se o silêncio encerrará, o meu festim de vida. (e de humano em festa)
Não sei...

Joel Matos (01/2011)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Triunfo do tempo







O Triunfo do tempo

Dobrando a ombreira calada,
Onde tudo se passou, ou quase nada
E se pressente p’ra lá da paulatina
Ceia, a tal nota duma gasta máquina

De cortar cabelo, já cansada,
Mas o tempo, aqui ainda não parou,
(continuará a caminhada “ad eternum”)
E amanhã serei eu que com ele também  me vou…

Ah, que Saudades já tenho do velho vinho,
Aquele que se derramava por gosto,
E ardia…ardia com’o calor d’agosto,
No rosto e no seu jeito a rapazinho velho.

Parece q’ ninguém aqui passou por mim,
E s’acaso estiver fazendo  eu algo aqui,
Sei q’m’entende (ele sabe entender tudo,)
Se estiver falando, falarei com ele ,d’quando
(en’quando.)

Ele me conseguia ainda ouvir e ver,
Agora não passo de um fumo surdo, no fundo
Falo pouco, continuo ausentado, a semiviver
No Triunfo do tempo promulgado.

(depois adormeço e volto já manhã ou na seguinte data (--/--/----)
Espero ter sempre o meu pai aqui ao lado,
Ainda por muitos e muitos Natais.

Joel Matos (01/2011)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Carta a "uma Poeta"



Cumprimentos Poéticos…Lídia, meu amor, minha ninfa…

Dirijo esta carta a “uma poeta”, ou duas… ou três… (ou todas) e designo-as de poetas como ao feminino de professores e adivinhos chamo de professoras ou de adivinhas, adivinho algumas poetas que partilham do meu subconsciente, delas nascem as minhas mais belas invocações do parecer real.
Possivelmente lembras-te de Psyche ou Annabelle Lee, encontrávamo-nos num jardim perfumado por narcisos e perturbado por sombras sem nome, povoavam os nossos sonhos comuns, uma algaraviada multicolor de místicos míscaros e, não sabendo quais escolher, que não nos provocassem morte imediata, confiávamos cegamente nas negras máscaras, das virgens nuas que se perfilavam nas nossas consciências incomuns.
Foi com um intenso prazer que as li e reli, imediatamente surgiu em mim uma vontade grande de lhes prestar homenagem, pelos seus escritos cheios de sonhos e estética poética, ambos sabemos misturar os sonhos e a vida sem destrinçar qual duma é a realidade e o sonho das outras e então viajamos de uma forma indefinida, dividida entre a noite e o dia, o Sol e a Lua, os canteiros de flores que pisamos, só os trilhamos por não haver outro caminho, nem volta a dar ao jardim da originalidade irreal.
Partilhamos uma gaiola em éter, do Éden e da promiscuidades sem férias e não deixamos de ser escravos de um espaço fechado, só varia o facto d’o pensamento comum cavalgar obstáculos, o que nos distingue doutros pretende ser a originalidades e não a oportuna pertinácia (tão pouco definíveis ambas),
Dizem de quem possui essa ingenuidade, (falando baixinho no barulho da cidade) ter da verdade todos os favores mas na verdade apenas mudam os discursos que debatemos connosco por falta de interlocutor, para alguns estranhamente sinuosos para outros, engenhosos beijos aflorados de palavras e contextualmente exactos.
Sinto um estranho arrepio percorrer-me a pele e os membros a cada segmento de frase nua que leio, como se nem fosse minha e nem concorrente, a corrente de ar parece quasi-perfeita e feita da minha irrealidade virtual, concebo a previsão do impossível e isso faz-me pensar nos que possuem na paz a abstenção de pensar.
A chuva quando caía no cais era de uma obliquidade vertical e contava as viagens de um antigo viajante por mares de antigas terras, dizia chamarem-lhe Ozymandias “Rei dos Reis”, essa narração bastava para que as ondas se metamorfoseassem em dunas e os navios em caravanas, ondulando pelo limite visual do areal e da utopia.
Lembro-me dos teus olhos brilhantes e claros como lagos de água doce onde me banhava nu de preconceitos como antes de viver.
Aí os barcos eram de papel-maché, diferentes dos barcos que do cais via entrar e sair devagar, paquetes abalroados e ferryboats atarefados em não fazer nada, mas parecendo que trabalhavam.
Éramos de uma clarividência quase divina Annabelle, Psyche e eu corríamos, riamos e divagávamos, Ophélia sentada no banco de pedra esperava, …esperava e contemplava o mundo e o vento dizendo-me ao ouvido… viver é preciso, é preciso viver para provar que somos sublimes, a razão é um apêndice alimentado pela vista, há que manter as janelas limpas para apreciar os lírios e os campos, os delírios de cada recanto do jardim das Hespérides.
Nesse tempo trazia dentro do meu coração todas as ilusões do mundo, estava farto de ser órfão de um só Deus e dediquei-me a Pã num mar de outrora dentro dum oceano do rei Salomão.
É um prazer revisitar o mesmo local da minha infância confusa, o natais e os novos tempos também para mim se transformaram uma fonte de frustrações, confusões e outras palavras adicionais terminadas nas tradicionais "traições aos Deuses"
 Uma das boas coisas que recebi em toda a minha vida foi o teu apreço, com os teus sempre admiráveis elogios, Lídia (penduro-me neles durante algumas semanas de forma a me sentir fortemente recompensado ou antes, a não me sentir ignorado)

Dizem por aí que não entendem muito bem o meu discurso, eu também não, muitas vezes mudo de sentido porque enquanto redijo, vou interrompendo o  curso de pensamento, umas vezes voo roçando pelos atalhos do pensamento outras vezes perco-me porque começo de dia e acabo dois ou três dias ou noites mais tarde,mas noutro universo, não muito paralelo.

O meu muito obrigado Lídia, ainda bem que consigo cativar o teu interesse pela minha escrita à qual me refiro como "poética" mas falta-me inventar um "estilo" menos pessoal, não tanto “Pessoano”, mais meu, escrevo muito ao sabor da conversa mental que debato comigo mesmo e com o Outro eu,  pouco impactante mas não somenos importante. Foi a tua capacidade de apreço sem retorno que me influenciou e definiu o  fio invisível que segui desde a teia, tu foste a primeira invenção dos meus simples escritos.
Leio pouco mas considero os poetas bons vizinhos, deram-me a conhecer Keats, Shelley, Poe etc, Mas não ponho de parte a ideia de mudar de casa para subúrbios menos nobres; idolatro-os, sim… mas tenho de “pôr os pés à estrada” e encontrar a rua do meu bairro, o meu pessoal labirinto.

Tenho um medo horrível do fracasso, posso falhar já amanhã, poderia ter falhado ontem, não importa quando, sempre tive medo da derrota, talvez por isso esteja aqui sentado no fundo de uma loja ceifando filamentos do nada, entrar nesta casa e fazer todos os dias os mesmos gestos é fácil para mim, fazer diariamente o mesmo trajecto num engenho entre a casa e o simplístico trabalho é a base quase plana para quase tudo o que sou, quem sabe se a minha quase sensibilidade depende da estúpida monotonia e do que leio, e do que quase faça no dia-a-dia.

Ontem estive dialogando literalmente com o meu cabelo, este respondeu com desdém, dizendo:
- Como é possível que não tenhas medo de montanhas, do frio, de te isolares durante semanas a fio, longe de tudo e, no meio da multidão te sintas um atado cidadão, um citadino homem-anão, um homem “mais-que –fugaz” ?
Fiquei sem palavras e lembrei-me d’outro extenso diálogo que mantive enquanto encostava a boca a uma “canilha” de chá-mate e folhas de coca, nos Andes Peruanos sob o suor do sol e das lágrimas circulares da lua.
                                                                                                                            
Disse-me nesse dia o fecho-eclair do casaco de penas que usava sobre o peito contra o frio agreste, disse que eu exagerava nas mensagens para esconder o nada já que ninguém entendia nada e assim não seria necessário esconder o nada e esperava mesmo que jamais entendessem, já que não teria mais nada,mas nada... de meu para proteger por dentro, detrás do fecho.
Para seu bem, por estar frio e por ter abusado do direito de me criticar, tive de fechar imediatamente o fecho do peito e outros.
Continuei depois, conversando com os búzios e fechei os olhos.
Se dirijo esta carta a uma poeta é porque houve um tempo em que a minha janela estava aberta e exclusivamente reservada a elas (poetas), volteavam como se uma fossem, eram mais de dez mariposas e via-as a afastarem-se, devagar…devagar, agora sei que jamais existiu ontem ou amanhã e serei eu que voarei através da alucinante lucidez delas.
Em breve deverá chover.

Joel Matos (01/2011)

http://namastibet.blogspot.com

Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...