quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Xtrangeiro Amor






Amor Xtrangeiro.


Será vivo o sol
Que vive prescrito
Dentro do peito
Será a dor;amor?
Que sitio certo!
Em jeito d’Açor,
Boa encoberta,
Fugida do credor
Dentro do peito.
Será a dor;amor?
A dor que pressinto,
Ou será só ardor,
No voar secreto,
Em penas de condor
Caídas do d’serto
Apenas louro?
Simples pena d’amor?
Será meu? Grito,
Ó’ grifo cantor,
O poema d’amor,
Que levas no bico,
Serei um proscrito,
Ou credor,deste
Amor,de sol perto,
Amor sem jeito.
Deste mal de amor,
Amor xtrangeiro


Jorge Santos

Às vezes



Às Vezes Tenho dias Felizes


Às vezes, tenho dias felizes,  
Em ideias , nas palavras também,              
Que naturalmente me perseguem,
Vidas de diferentes raízes,


Alinham-se-me todas na mente,
Sem uma só razão aparente
E grudam-se ao céu-da-boca,
Como a pastilha elástica,


Algumas são inconsistentes
E nem por isso surdos as ouvem
S’até entre linhas se dissolvem
E n’outros dias gregos, nem me tentes.


Às vezes tenho dias cinzentos,
Saídos dos contos, em remendos
D’ era uma vez e, ás duas por três,
Dou de caras com as mesmices

Alimentadas de bazófias,
Banhando-se nas pantanas brumas
Dos dias pretos do tanto me faz
Ser refrão d’alcatrão ou alcatraz

Às vezes tenho ditos fetiches
E dias rascas de sangue frio,
Outros nem em mim acredites,
Tenho dias que nem em mim confio

Tive outrora dias fieis,
Que regressam felizes nos sonhos
Em dias festivos delicados,
Mas dias feios foram mais.

Às vezes tenho seis dias f’ lizes
Com os céus sem pontas de ventos,
Outros uivos, matilhas de lobos
Ós’montes,irados ,sem estrofes.


Jorge Santos

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pessoa

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto



E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.


domingo, 23 de agosto de 2009

Torto retrato meu/seu.




Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.




Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos

Joel Matos

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Porta Fora...



Silêncio e escuridão ,
Porta dentro,porta fora,
Algo caminha,lento,nesta rua,
Alguém que brada e chora,
Abro a porta ,a medo,
Porque na porta ao lado,
Outro eu o ignora,
Sou eu que entro,
Porta dentro,porta fora:
-Ha alguem aí dentro,
Grito e brado:
-alguém que me ignora,
Afinal sou só eu ,
Porta dentro porta fora,
Quem brada e chora.
Sou o único que aqui ,
Nesta rua,mora.

Joel Matos

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Esta arte...


Esta tarde, tarda,que me enfraquece,
Este Corpo cansado,que me amolece,
Esta Mancha de sal teu,que me esmorece,
Este Vento morno,que me adormece,
Esta Noite lenta,que me não amanhece,
Este Zunir zombo,que me não desaparece,
Esta Causa injusta,que me vence,
Este Amanhã malhado,que me não esquece,
Esta Mão fechada,que me não quer,
Este Vazio gelado,que me enlouquece,
Este Rosal lavado,que me não floresce,
Esta Exclamação brotada,que cresce e me enfurece,
Estes Silêncios de tudo e nada que mexem e
Estas Dunas e esses corpos em que me sinto rebolar e
Essas Malícias onde os meus olhos vão namorar,
Nesta Tarde que tarda,nesta arte....


Joel Matos

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Acrónimo Momentum.



De seu espavento,
Em Desleixo des tornou.
Bocejo d’morto,em
Lençol de linho,
Malfadado, definha.
Detestou… e até Atei,
Eu Era…
Moreau rei,
Que nem d’esfinge.
Rasurou Morfeu,
Derramou bemóis.
Em campus da derrota,
Dos filhos do Homem,
Já peçonha não vendo.
Parto d’aqui sem glória.
Ele disse...
Num momentum,
Como vim parti.
Agora….


Joel Matos

Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...