domingo, 23 de agosto de 2009

Torto retrato meu/seu.




Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.




Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos

Joel Matos

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Porta Fora...



Silêncio e escuridão ,
Porta dentro,porta fora,
Algo caminha,lento,nesta rua,
Alguém que brada e chora,
Abro a porta ,a medo,
Porque na porta ao lado,
Outro eu o ignora,
Sou eu que entro,
Porta dentro,porta fora:
-Ha alguem aí dentro,
Grito e brado:
-alguém que me ignora,
Afinal sou só eu ,
Porta dentro porta fora,
Quem brada e chora.
Sou o único que aqui ,
Nesta rua,mora.

Joel Matos

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Esta arte...


Esta tarde, tarda,que me enfraquece,
Este Corpo cansado,que me amolece,
Esta Mancha de sal teu,que me esmorece,
Este Vento morno,que me adormece,
Esta Noite lenta,que me não amanhece,
Este Zunir zombo,que me não desaparece,
Esta Causa injusta,que me vence,
Este Amanhã malhado,que me não esquece,
Esta Mão fechada,que me não quer,
Este Vazio gelado,que me enlouquece,
Este Rosal lavado,que me não floresce,
Esta Exclamação brotada,que cresce e me enfurece,
Estes Silêncios de tudo e nada que mexem e
Estas Dunas e esses corpos em que me sinto rebolar e
Essas Malícias onde os meus olhos vão namorar,
Nesta Tarde que tarda,nesta arte....


Joel Matos

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Acrónimo Momentum.



De seu espavento,
Em Desleixo des tornou.
Bocejo d’morto,em
Lençol de linho,
Malfadado, definha.
Detestou… e até Atei,
Eu Era…
Moreau rei,
Que nem d’esfinge.
Rasurou Morfeu,
Derramou bemóis.
Em campus da derrota,
Dos filhos do Homem,
Já peçonha não vendo.
Parto d’aqui sem glória.
Ele disse...
Num momentum,
Como vim parti.
Agora….


Joel Matos

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Memorar de Aflhitos.




Hereges Hirtos,


Clamores de probos cita,
Brada nos Claustros,aflita.
Por Hiatos vagos…vagos,
Ecoa penhores Hirtos,
Entoa Memorar de Aflhitos.

Joel Matos

quem sou...não sei




"No meu próprio caminho me atravesso" ...
já não sei d'onde'estou...
e quem sou,muito menos,
Joel Matos...não, não é aqui que pertenço,
vejam prá'í fora, se'tou...se vou,
por'd'onde pertenço
ou se d'onde pertenço, sou…

Joel matos (por ele próprio)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um olhar do Lado Escuro e Calado...



Olhar do Lado escuro e Calado


Modigliani, Pobre Modigliani,
Também tu te sentes nos lados escuros.
Bem tento, … todas as dores já misturei,
Sim, … Já demos fortes cornadas nos curros,
Pincelamos as canções que já chorei
Não mereço já a terra dos sonhos,
Já Que minha já é…, só por testamentos
Agora e Ate ao dia do final juízo
(pois se) …
Nem o espaço que ocupo por momentos
Me pertence, … descansa no paraíso
Modigliani ….Finalmente.




De Teu amigo do fundo,… Joel Matos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Secreto Degredo




Chegado no dia da bastilha,
Alvejado, O Demónio cede,
Rachado na hora, O parido
Torna-se no arco que já treme.

Olhos nos olhos fito a fera,
Avanço com a mão em riste,
Só ofuscante luar encaro,
Manchada a meu sangue quente.

Não passo de mais um reles
Conspirante acossado, traído,
Simples tumulo no meio deles,
Desterrados dos barcos sem mito,

Sem leme, sem mastro e sem quilha,
Rasgando as infectas feridas,
Num mar desfeito destas lágrimas,
Sem ida, nem fundo nem partilha.













Joel Matos














http://joel-matos.blogspot.com

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Seda Negra




Negra Senda


Lanugens de jovem alfombram cadências de pele acastanhada e levemente rosada, evolucionam gradualmente e finalizam em deleitosos montículos ,que se elevam tesos em amendoim tostado. Melindrados, permitem-se intumescer do toque subtil dos lábios. Pelo menos na febril imaginação de Joel repassava esse sentimento.
Procedendo da elegante linha ,formam delta bem negro, num profundo , algo intangível lago de onde se ausentam longas pernas em seda negra luzente.
Toda uma elegia voluptuosa enquadra o delta, onde um vórtice umbilical se espraia em harmonioso declive.
Deslumbra-o o corpo posado da modelo e deixa se voar num cosmos paralelo de culpas e musas, negras sendas e encarnações de jovem.
Aqui e além surge já uma penugem mais densa, estende-se progressivamente ao fundo do lago e outra linha labial carnuda assoma debaixo, ladeia e distingue-se suavemente de um montículo rígido ,mais claro que o culmina.
Em cada evolução gestual sente-se equilíbrio , o corpo desfila num sem fim sensual de ténues curvas magnificamente produzidas em tons de seda prata.
Longos fios, como cascatas em torvelinho ladeiam um rosto discreto de voracidade branda.
Sons macios a seda e cetim dispersam-se pelo silencioso ambiente ao menor movimento.
O Colo elevado e levemente inclinado ,permite que a catarata de cabelo repouse sobre um dorso modelado e enlaçe com as nádegas fixas do corpo negro e delgado da modelo.


Do lado mudo do quarto Joel extasia-se sem palavras.
Nascido ataviado em noite de agonia, sem guerra e gloria  Joel Matos.
Hei-o

domingo, 24 de maio de 2009

Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...