sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Mal m'alembra o futuro.






Mal m'alembra no futuro,
Onde eram os mares, sete,
As velas da lida, o combate,
O luto do cais do frete,

Mal me lembro dessa gente,
Tosca e humilhada, sem nome,
Fardada de mar e fome,
Que fomos e seremos, sois…

Escassos nossos medos,
Duras as mãos e os dedos,
Potentes éramos então,
Aterrávamos impérios,

E imperadores, Bastiões
Caíam, tal capões d’arena,
Amainávamos os ventos
E os temores dos mastros,

Mal me lembra essa gente,
Velhaca, à minha imagem
D’algum dia, que chamava
Minha e esperança, cabo,

Orienta-me o coração,
Esta gente de um sequestro país
Impaciente, que agora
Não, agora não…

Desgraçados, obedientes,
Pisados por gosto,
Só as pedras e o chão
Até mais não, até mais não

Até não lembrar mais,
No futuro, que mar oeste,
Era esse e essa gente,
Que não lembra o futuro,

Nem me orienta o coração,
Pra seguir em frente,

























Joel-Matos (11/2014)

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