sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Sem nome






Somente nisto, se converteu o alvoroço
Do meu pensamento sem franquia, nem magia.
Ele, que prometeu eu ser, seu aprendiz de feiticeiro, bruxo
Converteu-me naquele “que se cospe no prato”

Da sopa, o fraco e frouxo, qual às vezes me pergunta
Com tom esquisito, na voz – “como me chamo”
Como se não tivesse eu a raça má na testa
Escarrapachada em tristeza e desânimo

Todas as lantejoulas que jurava eu nesta terra
Chamejavam, não passam de adornos
Com que me trasvisto, mais por dentro que por fora,
Coisa que faço para me tornar igual a tantos e outros.

Qual talento ou dom, nem por sobrenome
Os quero, dêem-me o silencio da escrita
Que mesmo débil sim, me consome,
Sem magia branca porque não a faço, sem cota-

-Parte de divino que não tenho, nem conjuro
Tantos sonhos, tantos, juntos súbito feitos resto 0
De uma Cruz de cristo torneada, derreada porta.
Não ambiciono ser poeta se poeta nem do louro

Perto ou certo estou, nem de quem em vão me sopra
Tantos versos ao ouvido, “meu Mestre na fantasia”
Bastava ver rosas e beber vinho para explicar
O mundo a um incrédulo sem consciência nem nome.

Somente isto permaneceu, do desassossego Dele.

Joel matos (09/2014)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Poesia...? é falso !



Falso como o céu,
sem a real cor do aço.

Despojando o peito aprendi a doar o eu, 
tudo em mim  me dói em falso
mas sendo poético sou eu,
sim... sou eu, 
pois em tudo uso de abuso 
e se me convenço de não ser um Fausto 
a imitar ser ele próprio, ecoo a falso 
e volvo refúgio d’algo
ainda mais estranho no tentar escrever
que do  escrever faço. 
Tal qual um céu de aço 
vertido no peito dum falso Fausto ou Abruso
forçado a confessar que viver lhe basta....FALSO

Às vezes, inspirado na a paixão da liberdade suprema 
reencarno gestos súbitos e momentos como inspirações genuínas 
embora me roubem a sensação do poder volumétrico 
que não me completa,
não me pode completar.
Fico perdido no tempo em que não estava no mundo,
numa emoção sem emoções.

à bolina.do momento.

A passagem mais perto e acessível da alma
são os arredores de uma cidade em que o pensamento triunfa.
Sei que posso não pensar em nada 

e rolo em torno de todas as imagens que vi 
e senti com uma loucura sem fundo
impossível...

como numa metamorfose da alma

Joel Matos

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Outros apontam o dedo...


Outros apontam o dedo,
Do cimo de sujas escadas,
A mim, que dantes era um feudo
E tremo e apago como velas, centelhas.

Temo o delírio, sem a ponte,
Pra lá donde se não supõe
Ter, arquivo morto, o poente.
Temo o apego, quando o sol se põe,

Distante, gasto do olhar.
Ninguém diz porque me doou,
Esta espécie de sentir, o estar
Sem estar, quando apenas voo,

Aparte de mim, da outra,... eu não sou
Parte…
...Outros apontam o dedo,
À alma, esta, quando vai despida,

Partida foi e minh’alma
Então é um feudo e é uma muralha
De feno sob o qual um poeta chama
E ralha, assim o poente me chama e ralha.

Chama e palha é o poente quem me fala,
Lembra-me o ser criança,
O apago da escuridão numa vela,
A primeira estrela e a abóbada imensa…

Outros apontam o dedo,
Do cimo de suas escadas…



Joel Matos (09/2014)

Pra lá do crepúsculo

Pra lá do crepúsculo Deixei de ser aquele que esperava, Pra ser outro’quele que s’perando Em espera se converteu, alternando Despojo com eng...